Tem muita gente que relaciona o conceito de Open Innovation, ou inovação aberta, com a atuação de startups. De fato, as startups fazem parte do processo de inovação aberta, mas esse não é o único ponto, ou o único limite.

1 – O que é Inovação Aberta?

Nos anos 2000, um novo conceito relacionado à inovação começou a ditar as ações de multinacionais em todo o mundo – a Inovação Aberta. Esse conceito foi elaborado por Henry Chesbrough, em 2006, quando escreveu o livro Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting from Tecnhology, na versão em português: Inovação aberta: como criar e lucrar com a tecnologia (editora Bookman).

Chesbrough, além de muitos artigos, tem mais dois livros sobre o tema. Modelos de negócios abertos: como prosperar no novo cenário da inovação (editora Bookman); e Novas Fronteiras em Inovação Aberta (editora Blucher). Neste terceiro livro, Chesbrough define a inovação aberta como:

[…] inovação aberta refere-se a um modelo de inovação que enfatiza os fluxos intencionais de entrada e saída de conhecimento pelas fronteiras de uma empresa, para alavancar fontes externas de conhecimento e caminhos para a comercialização, respectivamente (p.41).

Assim, é importante entender, primeiramente, que inovação aberta é uma forma para que uma organização consiga inovar, ela não é o conceito de inovação em si, mas é sim, uma forma de gestão da inovação.

2. Fluxos da Inovação Aberta

As startups representam um fluxo de entrada e saída de conhecimento, mas existem outros, como banco de ideias, eventos de cocriação, parcerias entre universidade-empresa, comercialização de propriedade intelectual, entre outros. Tratar a inovação aberta como apenas sendo a relação de empresas com startups não é só um erro conceitual, mas também, uma limitação de tudo o que a inovação aberta pode representar.

O grande desafio da inovação aberta é a gestão da inovação. Ou seja, como que a empresa pode criar processos e modelos capazes de dar conta de todos os fluxos de entradas e saídas de conhecimento que vão resultar em produtos e serviços inovadores? Inovação aberta são os fluxos e não é preciso apenas gerenciar os fluxos, mas mapeá-los e fazer com que deem resultados.

Claro que grandes corporações viram nas startups um caminho muito viável de fluxos e soluções para produtos e serviços inovadores, mas é preciso entender que elas não são os únicos fluxos.

É preciso pensar além para não cairmos na cilada de enxergar uma única luz no fim do túnel, quando o túnel deveria ter um monte de saídas e entradas.