Toda startup inicia suas atividades com um MVP (Minimum Viable Product, em inglês ou Mínimo Produto Viável, em Português), que significa o protótipo já pronto e início da comercialização. Esse mínimo significa: mínimo de esforço, mínimo de investimento e mínimo de tempo para ter uma solução.

O MVP é o início da gestão da inovação de uma startup, não é a solução completa que a empresa vai desenvolver, com todas suas funcionalidades, mas sim o mínimo. Aquilo que pode ser testado, validado e monetizado. Testar, validar e monetizar são três itens importantes.  Eu considero o MVP em três fases e ele só estará completo quando for finalizada as três fases.

MVP 1

Mínimo da solução que seja passível de teste, ou o primeiro escopo da solução. Esse teste envolve não só as funcionalidades, mas também o teste com usuários e, de preferência, possíveis clientes. É a versão beta da ferramenta e é utilizada para sentir como o cliente ou usuário vai usá-la. Claro que nessa fase uma série de bugs vão aparecer e isso é normal. E esse é um dos grandes diferenciais das startups, ou seja, elas iniciam a construção de seus produtos junto com clientes. Não fazem tudo e depois vendem a solução, o processo é construído todo em conjunto com o cliente. A partir do 1 é possível corrigir os erros e melhorar a usabilidade da ferramenta com todas as observações que foram elencadas pelos usuários.

MVP 2

Mínimo da solução que faz aquilo que ela se propôs a fazer. Mas, o que é isso? Se sua solução se propõe a ser um software de produção de abacaxis (exemplo irreal, mas só para simplificar), o sistema estará com o 2 finalizado quando ele produzir o abacaxi. Não somente quando o software estiver no ar. Eu acompanho há muitos anos startups e vejo que muitas delas dizem que o MVP está finalizado e testado, mas que só consideram como Minimo o sistema ou o hardware no ar e sem bugs. Nesse caso, não se trata apenas do sistema, mas daquilo que a empresa se propõe a entregar como solução. O Mínimo 2 só estará completo quando o processo da solução proposta tiver sido realizado, testado e validado.

MVP 3

Já o Mínimo 3 é quando a startup monetizou, ou seja, quando algum cliente pagou pela solução. As estratégias de marketing atuais tratam da escalabilidade e, para isso, recomendam que o cliente use a ferramenta de graça e depois, se ele gostar, pagará pela solução. Considero que há um equívoco nessa ação. Minha visão é de que, claro que a startup deve ter um cliente de teste que não pagará pelo serviço, esse cliente ou esses clientes estarão no MVP 1 e MVP 2. Só que no 3, já temos que ter clientes pagantes. Isso porque se não houver a monetização da forma adequada não teremos nem startup. Quando houver a monetização da solução saímos das fases do Mínimo e teremos ele assim completo.

Em toda solução sempre haverá melhorias, aprimoramentos, incrementos e mudanças, sempre! Só que é preciso entendermos bem essa fase inicial das startups para darmos os direcionamentos adequados em termos de estratégias. De nada adianta a empresa investir horrores em marketing se o seu MVP 3 ainda não foi realizado. Também não adianta dizer que a solução foi testada e validada, se ela ainda está no MVP 1. É uma organização de prioridades, planejamento e estratégia que podemos considerar como elementos iniciais da gestão da inovação.