Se você está em busca de recursos para inovação, vou explicar aqui alguns caminhos. Desenvolver projetos com potencial de inovação sempre envolve o risco, pois pode ser que depois de alguns meses ou anos, o resultado não seja como o esperado.

Em primeiro lugar, é preciso entender que o investimento para projetos de inovação não envolve apenas o dinheiro, mas também, o compartilhamento do risco. Compartilhamento? Sim, é possível compartilhar o risco para o desenvolvimento de projetos inovadores, sejam eles com investidores privados ou com o próprio Estado.

Conhecendo as modalidades de fomento à inovação

No Brasil, a própria Lei de Inovação prevê algumas modalidades para a área pública. Outros tipos de investimentos privados em inovação também são regulados tanto pela CVM. Além disso, há a Lei de Investimento Anjo.

O interessante é der um bom projeto para que seja possível a captação. Com o projeto em mão, parto para as modalidades de fomento:

  • Financiamento – é uma modalidade de “empréstimo” do recurso, mas com taxas reduzidas.
  • Isenção fiscal – trata-se do não pagamento de determinado imposto para projetos de inovação.
  • Subvenção econômica – é uma modalidade de recursos não reembolsáveis para inovação, ou seja, o dinheiro aplicado não precisa ser devolvido. É operada por instituições públicas em que o Estado assume o risco da inovação junto com a empresa.
  • Bônus tecnológico – é uma modalidade bem recente, criada pela Lei 13.243 de 2016 e diz respeito a um bônus que é concedido para uso com um parceiro para projetos em inovação.
  • Investimento – são realizados por pessoas físicas ou jurídicas na modalidade investimento-anjo, ou somente por fundos de investimento (composto por pessoas jurídicas, holdings e bancos públicos) nas modalidades venture capitalprivate equity.

A busca por captar recursos passa a ser uma estratégia da empresa, no âmbito da gestão da inovação, para tirar projetos do papel. Das modalidades de fomento para inovação, listei as mais comuns e a linhas que estão disponíveis, talvez alguma tenha escapado, mas no geral, está tudo aí.

Investidores de startups

A Jupter fez um infográfico muito interessante sobre o perfil de investidores no Brasil, que podemos tomar como base.

Fonte: Inovativa Brasil, 2019

Quais são as linhas de investimento disponíveis captação de recursos para projetos de inovação?

Achei melhor organizar uma tabela e assim fica mais claro de você procurar em qual fase que está e qual linha poderá te beneficiar.

Financiamento

  • BNDES: MPME Inovadora – para Micro, pequenas e médias empresas com faturamento anual de até R$ 300 milhões. Financiamentos para projetos de inovação de até R$ 20 milhões.
  • BNDES: Finem Inovação – Empresas de todos os portes. Para investimentos em inovação, sendo até R$ 10 milhões.
  • BNDES: Finem Inovação Tecnologia da Informação  – Empresas de todos os portes. Para investimentos e planos de negócios de empresas de software e serviços de TI, em até R$ 10 milhões.
  • BRDE ou Fomento Paraná: Inovacred Expresso – Startups e pequenas empresas. Financia até R$ 200 mil para atividades inovadoras. Podem solicitar os recursos empresas instaladas no Paraná.
  • BRDE ou Fomento Paraná: Inovacred  – Empresas de todos os portes, sendo que o financiamento é de até 90% para microempresa e até 80% para pequena empresa. Em ambos os casos, o mínimo é R$ 150 mil e máximo a R$ 3 milhões. Além disso, disponibiliza até 80% para média empresa, sendo que o mínimo é R$ 150 mil e o máximo é R$ 10 milhões. Neste sentido, pode ser financiados projetos de inovação de produto, processo, inovação organizacional ou marketing.
  • BRDE ou Fomento Paraná: Inovacred 4.0  – Empresas de todos os portes. Tem o objetivo apoiar a formulação e implementação de Planos Empresariais Estratégicos de Digitalização que abarquem a utilização, em linhas de produção, de serviços de implantação de tecnologias habilitadoras da Indústria 4.0

Isenção fiscal

  • Lei de informática – Empresas de todos os portes. A concessão é feita pelo MCTIC  e prevê a redução de IPI para empresas que fabriquem de acordo com PPB na área de informática.
  • Lei do Bem – Voltado a empresas de Lucro Real. De maneira idêntica, a concessão também é pelo MCTIC. Em primeiro lugar, é preciso entender o faturamento da empresa e os recursos podem ser utilizados para pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica.
  • ISS Tecnológico (Londrina)  – Atende empresas que apuram ISS na cidade de Londrina (PR) e é operado via CODEL. O benefício fiscal é para projetos inovadores de empresas também instaladas em Londrina.

Subvenção Econômica

  • Fundação Araucária e Certi: Sinapse da Inovação  – Não é necessário ter empresa. Os recursos estão disponíveis para startups em fase inicial. Pode ser captados até R$ 40 mil. Desta maneira, o programa de incentiva o empreendedorismo inovador

Bônus Tecnológico

  • Sebrae: Sebraetec – Micro e pequenas empresas. O Sebrae oferece subsídio de até 70% para a contratação dos serviços tecnológicos para inovação. Desta forma, promove a melhoria de processos, produtos e serviços ou propicia a introdução de inovações nas empresas e mercados.
  • Programa Sesi/Senai Inovação  – Voltado para empresas de todos os portes, mas com CNAE industrial. Também é disponibilizado para para as startups com até 5 anos. Os recursos são para desenvolvimento de produtos, processos ou serviços inovadores. Neste aspecto, o objetivo é aumentar a produtividade e a competitividade da indústria brasileira.
  • Embrapii    – para empresas de todos os portes. A parceria envolve uma unidade de pesquisa Emprapii, sendo definida a partir de projetos.