Você é dessas pessoas que tem medo de errar e, assim, desiste das decisões? Ou acredita que tudo depende do seu acerto? Esses dias eu ouvi: “quero inovar, mas tendo a máxima certeza que isso terá resultado. Que tenha um payback rápido e com recursos de subvenção”. 

Eu pensei: “nossa, será que eu conto ou alguém por aí vai contar?” 

Quando trabalhamos com inovação, não trabalhamos com certezas. Trabalhamos com tentativa e erro. Afinal, trabalhamos com o novo. 

Então, se você é uma dessas pessoas ou conhece alguém assim, continue nesse artigo. 

A importância de errar

Sabe aquela famosa frase “é errando que se aprende”? Pois é. Ela funciona bem aqui. Quando você vai aprender a andar de bicicleta, dirigir ou mesmo andar, você vai errar. Vai cair, bater e até se machucar. Mas, vai levantar e fazer diferente, até conseguir. 

No livro Startup Enxuta, de Eric Reis, o autor nos leva a pensar em uma gerente que tem a missão de construir um novo produto. Um ano depois, diz “não conseguimos cumprir as metas de crescimento que previmos. Na realidade, não temos quase nenhum novo cliente e nenhuma nova receita. Contudo, aprendemos muito e estamos na iminência de uma nova linha de negócios revolucionária. Tudo o que mais precisamos, é de mais um ano”. 

De acordo com o escritor, com certeza ela seria mandada embora. Isso porque, em geral, não apresentar resultados é sinônimo de insucesso de planejamento e execução. “No entanto, o desenvolvimento de um novo produto na economia moderna requer exatamente esse tipo de fracasso no caminho para a grandeza”.

É esse o processo da inovação

Aliás, hoje até dizemos que muitos adolescentes não fazem as coisas por medo de errar, não é? Esse medo nos dominou.  

Outro ponto é que nós, adultos, temos medo do erro porque, culturalmente, ele está atrelado ao fracasso. E isso é a mais pura inverdade. Não é porque você errou que você fracassou. Levantar e fazer de novo é a chave para fazer dar certo. 

O medo de errar e o aprendizado

O erro nos permite o aprendizado. Se eu fujo disso e me coloco na zona de conforto, eu fujo de aprender a caminhar. 

Em todo o processo de inovação, o erro está presente. Podemos até gerenciar as incertezas, mas vamos errar. A questão é errar rápido, aprender rápido e ajustar rápido. 

Nas empresas, o medo, envolve tempo de dinheiro. Então, principalmente para o líder, “sem chances de errar”.Por isso, a frase que eu ouvi: “quero inovar com o máximo de certeza”

E a inovação? Simples. A área de inovação precisa ter um recurso específico para testes. Onde se permita errar e aprender. 

É claro que ninguém quer errar. Mas, é preciso entender que nesse processo o erro é comum e, muitas vezes, saudável. Dessa forma, se desesperar com ele é algo doloroso e, consequentemente, sem utilidade. 

Aliás, não há uma receita única para a inovação. Não há um passo a passo. O que há é um planejamento dentro da capacidade da empresa. Dessa maneira, o que deu certo para uma empresa pode não dar certo para outra. 

O medo de errar pode travar o processo

Quando o medo de errar é maior do que a vontade de inovar, temos um problema. Isso pode levar à paralisação. Inclusive, esse medo não leva apenas ao travamento como também pode levar ao impedimento do processo inovador. 

Além disso, outra coisa que pode atrapalhar o caminho é a demora em resolver. É por isso que é importante errar rápido e mudar rápido..

Em ações de inovação é preciso estar muito atento a isso. E, neste sentido, eu sempre reforço: “não sei se vai dar certo, mas vamos tentar?”

Por fim, esteja aberto para o erro!

Para inovar é preciso estar aberto para o novo. Eu sei que o medo do erro e do teste é grande. Até porque é comum a vontade de ter a certeza de tudo, dentro e fora do mundo corporativo. 

Mas, não é possível inovar sem erro e teste. Principalmente porque, como eu já disse, a inovação é incerta por natureza. Portanto, é necessário estar sujeito tanto a testar quanto a errar.

Pode ser difícil no começo. Mas eu garanto que os resultados podem ser muito recompensadores.