A consultoria com startups requer muito estudo e, em tudo o que leio e no que presencio nos atendimentos, sempre fica o sentimento de que sem comprometimento e execução não há startup.
Essas duas palavras caminham juntas, uma está ligada à outra, e ambas são intrínsecas ao negócio. De fato, só haverá negócio se houver comprometimento e execução.
O problema do outro
De certa forma, quando falamos em comprometimento também estamos falando daquele velho problema que a psicanálise muito bem explica sobre o outro. Ou seja, tudo é um problema do outro e não nosso.
Se há falta de comprometimento no time, sempre a culpa está no outro. Esse outro pode ser o trabalho, a rotina, outras prioridades, o colega, a forma de fazer etc. Sempre há um outro para se culpar quando vem a justificativa do não comprometimento. “Por que não fez? Ah, porque o outro…” E aí entramos numa história sem fim.
Tenho grande dificuldades em entender falta de comprometimento de sócios da startups. Fico muito triste nessas situações e, por incrível que pareça, essa situação não é rara. Vez por outra tenho que lidar com sócio que não tem comprometimento com o próprio negócio. Há tantos outros e eles são tão prioritários que simplesmente não há execução.
Execução, a palavra de ordem
Colocar um negócio de pé não é fácil. Validar um problema, testar uma hipótese, desenvolver o MVP e inserir um produto no mercado. São muitas fases, muito aprendizado e é necessário muito comprometimento do time.
Esse time que envolve não só a equipe de colaboradores, mas principalmente, dos sócios da startup. O time deve estar comprometido em executar. Há muitas startups que não executam.
Que possuem problema validado, mas que não possuem MVP. Possuem mercado, mas não vendem. Possuem ideia bacana, mas não terminam o produto. Porquê? Pelo o outro! Aqui o outro entra de novo e mais um monte de motivos vão dando contornos à falta de execução.
Sem execução não haverá o MVP, a venda, o produto ou a solução, cliente, o negócio. Haverá uma boa ideia, uma apresentação interessante, mas nada de startup de fato.
Como ter minha startup?
Primeiro, para mudar esse cenário, é preciso tirar o outro de foco e colocar você. Dê prioridade ao seu negócio, se comprometa com ele, mesmo que esteja fase nascente. Todas as fases de um negócio requerem comprometimento e execução. Na fase inicial não é diferente.
Crie uma lista de tarefas com prazos. Isso auxilia na execução. Há sócios que não estão cumprindo prazo? Cadê o comprometimento? Essa é uma ótima forma de mensurar. Tem pessoas no time sem tarefas? Em todas as fases de uma startup há sempre muito a se fazer. Se por um lado parte da equipe está envolta com o MVP, a outra parte pode se envolver no entendimento do mercado, na análise de concorrentes ou mesmo no planejamento financeiro.
Para dar certo, uma startup requer esforço e esse caminho só pode ser trilhado se o comprometimento e a execução estiverem juntos de você de mãos dados ao longo de todo o percurso.
Tati,
Parabéns e obrigado pelo seus posts. Leio todos.
Sempre construtivos.
Um abraço!
Bruno