Na semana passada fui fazer um exame e o médico perguntou a minha profissão. Falei que trabalhava com gestão da inovação e como startup hunter, e logo veio a pergunta: Mas, afinal, o que é uma startup?
Daí, você pensa em uma infinidade de respostas, mas acabei resumindo assim:
Startups são empresas nascentes de base tecnológica que possuem um produto ou serviço com alto potencial de escala.
E, num instante uma outra pergunta: e o que é escala? Respondi que é uma empresa que consegue atender um número grande de clientes sem aumentar muito os custos de produção, ou seja, consegue atender muita gente com uma estrutura enxuta. Ele se convenceu.
O conceito de startup
Existem uma série de definições para startups, mas vamos ao detalhamento da minha.
- Empresa nascente – sim uma startup é, antes de tudo, uma empresa e precisa pensar como empresa para atuar. Nascente porque é nova mesmo, no sentido da idade. Muitas empresas podem começar como startups, mas não serão startups para sempre. Essa é sempre a fase inicial do negócio.
- Base tecnológica – a base tecnológica é que vai permitir a escalabilidade. Se for de software, mais simples de se mensurar e visualizar a escalabilidade, se for de hardware um pouco mais complexo, porém também possível, visto que quanto maior a quantidade de produção, menor será o custo dos componentes. Da mesma forma podemos pensar nas startups de biotecnologia.
- Produto ou serviço – como toda empresa, uma startup precisa vender algo. E como eu considero que startup é empresa, ela precisa monetizar, ou seja, faturar com seu produto ou serviço. “Ah, mas vivemos no mundo dos aplicativos gratuitos!” Sim, mas se todos os produtos e serviços forem gratuitos não temos uma empresa e dificilmente a startup conseguirá se manter no mercado.
- Alto potencial de escala – atingir uma escala geográfica mesmo, mais pessoas em mais territórios, lembrando que sem aumentar muito o custo de produção.
Com o quê startup atua?
Ainda outros pontos não entraram na minha simples definição ao médico, mas acho importante destacar.
- Startup trabalha com o Minimo Produto Viável – MVP, ou seja, antes de desenvolver o produto ou serviço completo, vai fazendo por partes, faz o mínimo antes de fazer o completo. Faz o MVP e valida com o cliente, o que garante que quando o produto estiver pronto para ingressar no mercado, ele já foi testado e validado pelos clientes.
- Startup pivota, ou muda de percursos ao longo da caminhada. No processo de validação é possível que a startup mude a rota, mude o produto ou serviço e como ela é enxuta, as mudanças são possíveis.
- Startup possibilita negócios inovadores, aqueles que realmente resolvem problemas de mercado com uma inovação disruptiva ou incremental.
O certo é que tem muito trabalho, ninguém fica rico da noite para o dia, nem as coisas são super certas. São altos e baixos são comuns. Como diz um empreendedor que eu acompanho: “essa semana foi de felicidade, a outra não sei”.
Sob muitos aspectos o olhar para uma startup deve ser especial. Desde o planejamento estratégico, até a validação do produto. A cada semana algo muda, toma um novo corpo, ganha uma nova forma. É difícil planejar um futuro para além de três meses, mas ao mesmo tempo, é possível imaginar um futuro mundial!