Testar soluções inovadoras é um desafio nas organizações. Regras e burocracias acabam matando muitos projetos. Tanto no âmbito público, quanto privado. Assim, para resolver esse tipo de situação surgiu a sandbox regulatório.
A palavra em si significa caixa de areia. Mas o conceito no mundo da inovação é: um ambiente de testes. Um espaço com regras diferenciadas. Assim, se torna um local favorável para que soluções inovadoras sejam postas à prática.
Apesar de nos referirmos a sandbox como um ambiente, ela não é só um espaço físico. Não é como uma sala dentro da organização. Esse local não é delimitado por paredes, mas por regras, condições etc.
Dentro desse escopo, podem existir espaços físicos voltados aos testes. Mas o mais importante é a simplificação do processo.
Por exemplo, uma empresa agrícola pode delimitar um espaço físico para testar soluções para o campo. No entanto, de nada adianta o espaço sem a simplificação das regras para o teste. Porque ele pode ser barrado da mesma forma. Por isso, a regulamentação é o ponto central.
Sandbox regulatório
Em junho de 2019, um Comunicado Conjunto da Secretaria Especial de Fazenda do Ministério da Economia, do Banco Central, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Superintendência de Seguros Privados (Susep), tornou pública a intenção de implantar um modelo de sandbox regulatório no Brasil.
De acordo com o Banco do Brasil, Sandbox Regulatório é:
“Ambiente em que entidades são autorizadas pelo Banco Central do Brasil para testar, por período determinado, projeto inovador na área financeira ou de pagamento, observando um conjunto específico de disposições regulamentares que amparam a realização controlada e delimitada de suas atividades.”
Além do Banco Central, o governo de Santa Catarina adotou a estratégia. Para isso, ele criou o programa Nindus – Laboratório de Inovação. O objetivo é atuar com sistemas sandbox para promover a inovação no setor público.
Inclusive, o Governo de Santa Catarina fez um decreto para estabelecer as regras simplificadas. Ou seja, é sempre importante lembrar que são ambientes regulados.
Portanto, o sandbox regulatório é a melhor forma de instituições públicas testarem soluções. Pela terem uma estrutura burocrática maior, esse é o tipo de iniciativa que abre portas.
E o setor privado?
Muitas vezes, dentro de empresas privadas, um setor fomenta a inovação e outro barra. E as camadas de aprovação para testar uma solução, acabam matando projetos no começo.
Além de que, há o hábito de só fazer o que a concorrência já fez. O que inibe iniciativas voltadas à inovação. A sandbox pode ser uma ótima estratégia nesse cenário.
Como eu disse, não se trata de pegar uma sala e chamar de sandbox. Mas de criar condições específicas para testar soluções sem tanta burocracia. Principalmente quando aspectos regulatórios da empresa estão atrasando os testes para as atividades de inovação.
Além disso, é importante entender que sandbox não significa um ambiente sem regras. Significa que você vai simplificar as regras. Inclusive, é importante alinhar com a estratégia da empresa em ampliar as atividades de inovação.
Por onde começar?
Primeiro, defina as regras junto com o Compliance da empresa. Sempre visando criar regras o mais simples possível.
Segundo, é fundamental envolver as lideranças. Caso contrário, algum setor pode criar obstáculos. O sandbox deve ser algo de conhecimento dos setores.
Contudo, se está difícil de construir o sandbox na empresa, procure parceiros que possam ajudar. Um exemplo são os hubs de inovação privados, que podem ser os espaços de sandbox.
Conhecer estratégias que facilitem a entrada de soluções inovadoras nas empresas é muito importante. Porque sabemos que grandes empresas possuem sistemas complexos de contratação e jurídicos. Assim, um ambiente com regulações contidas, amplia o potencial do funil de inovação. E assim, a geração de soluções inovadoras!