“Inovação radical? Inovação disruptiva? Tem tanta diferença assim?”. Pois eu venho te dizer que sim. Elas são diferentes. Aliás, existem diversos conceitos e conhecimentos dentro de um leque tão grande como a inovação.
Ah, toda explicação desse artigo está centrada na ISO 56000. Você pode achar “olha ela que chata com essa ISO de novo”, MASSSSS… Se temos uma ISO que traz conceitos, para que vamos ficar nos achismos, não é mesmo?
Então continue lendo para entender melhor o que é cada uma delas.
Inovação radical e disruptiva na ISO 56000
De acordo com a ISO 56000, a inovação radical é uma inovação com alto grau de mudança. Essa mudança pode estar relacionada à entidade ou ao seu impacto. Dessa forma, a inovação radical está no outro extremo da escala em relação à inovação incremental.
Já a inovação disruptiva é “a inovação que aborda, inicialmente, necessidades menos exigentes, deslocando ofertas já estabelecidas. Comparadas às ofertas estabelecidas, as inovações disruptivas são ofertas mais simples, com desempenho mais baixo. Geralmente são mais econômicas, exigindo menos recursos e oferecidas a um custo menor. A disrupção ocorre quando uma proporção significativa de usuários ou clientes tiverem adotado a inovação.”
Assim, inovações disruptivas podem criar novos mercados e redes de valor pela abordagem a novos usuários. Além disso, também pode criar implementação de novos modelos de negócio e de realização de valor.
Aliás, quem criou o termo inovação disruptiva foi o professor da Universidade de Harvard Clayton Christensen. Ele se inspirou no conceito do economista Joseph Schumpeter de “destruição criativa”.
É interessante observar que a ISO 56000 traz conceitos um pouco diferentes do que estamos acostumados a lidar no dia a dia. Sendo que temos por princípio que a inovação disruptiva é a de maior impacto e a radical de menor impacto. Então, reforço que é o contrário.
Portanto, a radical está ligada ao alto impacto da solução em si. Já a disruptiva, a algo que tenha menor custo e que se torna difundida rapidamente.
Alguns exemplos
Para você entender melhor, trouxe alguns exemplos conhecidos.
Serviços de streaming para música, como o Spotify, fazem parte de uma inovação radical. Agora, plataformas como Ifood e Whatsapp são inovações disruptivas. Aliás, podemos dizer que o carro elétrico é uma inovação radical. Mas, ainda não é disruptiva.
“Ué, Tati, então uma inovação radical pode se tornar uma inovação disruptiva?”. Sim, uma inovação pode levar a outra.
Então qual eu escolho?
Sempre que eu falo sobre esse assunto, alguém me pergunta qual delas é melhor. Mas, já adianto: não tem uma melhor que a outra. Há formas diferentes de se buscar pelas inovações.
O que vai ditar é o próprio mercado, se estamos falando de algo radical ou disruptivo.
Mas, claro que empresas que buscam por inovações radicais são aquelas que dão saltos de competitividade maiores. Conseguem alcançar o ponto máximo.
Porém, de modo geral, é preciso focar na inovação em si. Seja ela radical, disruptiva ou incremental. E não precisamos gastar todas as energias em uma única ação. Pelo contrário. Sempre recomendo que haja vários projetos no funil de inovação.
Só assim teremos em mãos oportunidades para as inovações radicais e disruptivas. Até porque ao final, o que vai ditar o conceito é a própria aceitação do mercado.