Você sabia que hoje ainda temos menos de 30% das agtechs brasileiras que possuem mulheres como sócias? Pois é… Esse dado trazido pelo Relatório Radar Agtech 2022 evidencia um problema ou oportunidades em startups?

Quando eu olho para esse número, penso também em oportunidades. Principalmente para mulheres pesquisadoras que buscam seu espaço no mundo das startups e da inovação.

E vou te explicar o motivo no artigo de hoje. 

Oportunidades em startups e portas abertas para mulheres

O assunto sobre igualdade de gênero está cada vez mais presente nas discussões políticas e profissionais. Ainda bem, né? Porém, o Radar Agtech 2022 trouxe números importantes.

Segundo o World Economic Forum, de 2022, o indicador global de desigualdade de gênero está em 68,1%, que ainda é alto. Dessa forma, pelos cálculos, ainda serão precisos 132 anos para alcançar a igualdade tão desejada. Além disso, essa pesquisa também mostra que o Brasil está na 94ª posição de desigualdade de gênero.

Há ainda outros dados elencados pelo Radar Agtech 2022: de acordo com o Atlas das Mulheres Rurais da América Latina e Caribe, a população rural dessa área é de 21% e quase metade deste número é de mulheres. Mas um número ainda mais importante de se olhar é o do Censo Agropecuário de 2017: dos 5,07 milhões de estabelecimentos agropecuários, apenas 18,7% têm gestão feminina.

Esses números parecem desanimadores quando olhamos apenas para eles. Mas eu prefiro olhar pelo caminho da oportunidade. Ou seja: temos muito espaço para preencher e várias portas para abrir. E podemos fazer isso!

Para construir um mundo mais justo, inclusivo, sustentável e inovador, é necessário olhar para a igualdade de gênero. E, com isso, pensar em estratégias.

A situação brasileira e as oportunidades em startups do agro

A Startupbase trouxe que de 22.347 startups organizadas em 787 municípios, apenas 16,9% são lideradas por mulheres. No caso das agtechs, esse número cai para 5,1%. 

Entretanto, o espaço feminino nessa área vem crescendo, principalmente porque estamos trabalhando com a identificação de oportunidades. Assim, cada vez mais surgem novas pesquisadoras e empreendedoras no campo.

Como melhorar esse cenário?

Como eu disse, eu vejo esses números como uma oportunidade de espaço. Mas, para isso, precisamos pensar em estratégias para melhorar o cenário. Assim, a maneira mais certeira de fazer isso é dar visibilidade a startups de mulheres. 

Mostrar suas histórias, desafios e abrir caminho para que outras possam olhar e ver a possibilidades. Dinheiro é importante, mas muitas vezes, precisamos de apoio. 

De olhar para uma mulher em um cargo de startup e dizer: nossa, que legal, também quero.

Mas, como disse, dinheiro é importante e precisamos fomentar cada vez mais o investimento em startups de mulheres. Esse também é um ponto que o Radar Agtech 2022 destacou. 

Quando olhamos para o futuro, podemos sim fazer algo para mudar. Por exemplo: existem cada vez mais mulheres em cursos como ciências agrárias, agronomia, medicina veterinária, zootecnia e engenharia agrícola. Em 2019, os cursos da Universidade de São Paulo (USP) mostram que 48% das vagas são preenchidas por mulheres.

Se temos mais alunas, podemos ampliar o número de startups lideradas por mulheres. O que já é uma realidade quando se fala em pesquisa no agro. 

O Relatório Radar Agtech 2022 diz que “a presença de mulheres nas instituições de pesquisa voltadas para a agricultura também aumentou. Dados da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) indicam que 48% do seu total de servidores é de mulheres, das quais 52% são cientistas.”

Ou seja, muitas mulheres se veem como pesquisadoras e, podem também, se ver como empreendedoras!

A evolução da igualdade e a visão de oportunidades em startups

O Radar Agtech, que trouxe o número de apenas 30% de mulheres em agtechs e que me inspirou a escrever esse artigo, também trouxe um outro dado interessante. Há uma lista de Mulheres que inspiram outras Mulheres no agro. Meu nome está ali. 

Então, eu te convido a caminhar junto comigo. A se ver em um cargo de inovação, ou como líder em uma startup. Ainda não somos muitas, mas podemos ser. Precisamos conhecer nossas histórias, trocar experiências e nos ajudar. 

É assim que vamos garantir um ecossistema de inovação mais forte, com soluções mais adequadas e crescimento socioeconômico mais ágil. 

Esse artigo é um convite para quem quiser seguir esse caminho das agtechs lideradas por mulheres. E eu posso te ajudar!