Uma nova família de ISOs tem sido desenvolvida para auxiliar instituições em seus sistemas de Gestão da Inovação. Hoje vou tratar da ISO 56006. Mas, a família tem início na ISO 56000. 

O objetivo dessas normativas é auxiliar empresas e instituições a promover atividades de inovação de forma orientada, com foco em resultados. 

O início: ISO 56000 – as definições para a gestão da inovação 

A ISO 56000:2020 estabelece os fundamentos e o vocabulário essenciais para a gestão da inovação. 

Ela serve como base conceitual para a ISO 56002, que sistematiza os processos de inovação nas organizações. 

Dessa forma, fornece um norte conceitual para alinhar as organizações na jornada da inovação, reforçando a importância de um entendimento claro e enraizado desses conceitos. 

Um dos conceitos apresentados na norma é o de inovação: “entidade nova ou alterada que realiza e distribui valor”, sendo a percepção de valor determinada pela organização e suas partes interessadas. 

A norma também diferencia entre inovações radicais, que causam mudanças significativas, e inovações disruptivas, que abordam necessidades menos exigentes e podem criar mercados. 

A matriz: ISO 56002 e os Sistemas de Gestão da Inovação 

A ISO 56002:2019 é uma norma que indica as diretrizes para o Sistema de Gestão da Inovação e pode ser implementada por empresas de qualquer tamanho e setor, promovendo uma cultura organizacional voltada para a inovação e gerando valor contínuo. 

Desenvolvidas pela International Organization for Standardization (ISO), as normas oferecem, entre os benefícios: 

  • Maior capacidade de gerir incertezas, por conta dos processos para o funil de inovação; 
  • Aumento da competitividade, pois cria um ciclo sistêmico de atividades de inovação; 
  • Redução de custos, porque está baseada em resultados; 
  • Sustentabilidade, por conta das estratégias de gestão; 
  • Maior satisfação de clientes, pois considera as partes interessadas como centro de atuação. 

ISO 56006 e os inputs para a inovação 

Inteligência Estratégica baseada em dados para os inputs de inovação. Esse é o principal ponto da ISO 56006. 

Segundo o documento, a inteligência estratégica resulta de um processo estruturado que envolve a coleta, o processamento e a comunicação de dados. Por isso, essas informações e conhecimentos devem ser utilizados para as tomadas de decisão. 

A Inteligência Estratégica é um processo que pode ser aplicado de forma contínua ou em projetos específicos que serão lançados. De certa forma, grande parte das empresas já usa os dados para sua análise de estratégia. Se ainda não o faz, deveria. 

Mas, vejo pouco o uso de dados para os inputs de inovação. Por isso, a ISO 56006 é tão importante. A eficácia da inteligência estratégica depende da capacidade de assegurar objetividade, adequação do escopo, confiabilidade das fontes de dados e transparência nas ações de interpretação e comunicação do conhecimento. 

Além disso, segundo a norma, como um elemento crucial, a inteligência estratégica atua na redução de riscos e no crescimento estratégico. 

Nesse sentido, permite que as organizações definam uma direção clara e implementem iniciativas de inovação. 

Alguns benefícios são destacados na norma para quem utilizar a inteligência estratégica para potencializar seus objetivos de negócios e iniciativas de inovação: 

  • Identificação de novas oportunidades de negócios e parcerias; 
  • Aumento da vantagem competitiva; 
  • Antecipação de riscos e incertezas; 
  • Potencialização de oportunidades de transferência de tecnologia; 
  • Previsão de impulsionadores sociais, políticos, tecnológicos e empresariais; 
  • Detecção de sinais de vulnerabilidade para antecipar mudanças; 
  • Superação de barreiras que limitam a criação de valor; 
  • Implementação de uma abordagem estruturada para a resolução de problemas. 

Em resumo, a integração das normas da família ISO 56000 proporciona uma base sólida para a gestão da inovação. Por isso, temos trabalhado no Cocriagro com essa metodologia, desenvolvendo jornadas específicas para as empresas do agronegócio.  

Assim, é possível ter um framework claro e estruturado para empresas e instituições da gestão da inovação.  

A aplicação dessas normas não só facilita a criação de um ambiente propício para a inovação, mas também permite uma abordagem mais estratégica e informada na tomada de decisões.  

Com a adoção desses padrões, as organizações podem potencializar suas iniciativas, enfrentar desafios de maneira proativa e explorar novas oportunidades de crescimento.  

Por fim, garantem assim uma vantagem competitiva sustentável e um impacto positivo no mercado.