Inovar está diretamente ligado aos riscos. É simples, não sabemos se aquela determinada ideia terá o resultado esperado. Por isso, a gestão de riscos nos processos de inovação é central.
A incerteza é alta. Há os ricos tecnológicos, regulatórios, de insumos, de clientes etc. Por isso, quando falamos em gestão da inovação, estamos sempre atentos aos gerenciamento de riscos.
Ou seja, o que vamos fazer para experimentar, aprender e corrigir de maneira rápida. Então, o foco central na gestão da inovação não é só gerar ideias e criar os mecanismos para que elas se tornem soluções inovadoras.
Mas, principalmente, saber identificar os riscos e definir as estratégias para minimizá-los. Esse tema é tão importante que a ISO 56002:2019, que trata dos sistemas de gestão da inovação, traz premissas só sobre os riscos.
Nem tudo vai virar inovação
A primeira premissa no gerenciamento de riscos é entender que nem tudo vai virar inovação. Ou seja, nem toda ideia, por mais que seja brilhante, pode ter o resultado esperado.
É muito importante que os gestores e líderes de projetos tenham isso em mente. Alinhar expectativas, sabe? Porque é muito claro que algo pode dar errado. Por isso, a mensuração de resultados precisa levar em conta essa dinâmica.
Isso porque, as iniciativas descontinuadas podem resultar em aprendizados nos processos de inovação. Ou mesmo, não se cria a expectativa: estamos investindo muito e nada dá certo.
Mas, como não achamos dinheiro no lixo, a gestão de riscos é fundamental.
Qual o risco aceitável para inovação?
Quanto maior for o grau de inovação, maior o risco. Porque estamos trabalhando com algo realmente disruptivo. Então, é preciso que se tenha a clareza de qual é o grau de risco aceitável nos processos de inovação.
“Quero correr um risco maior que pode me dar um resultado maior”, ou “prefiro ter um risco menor que me garanta um resultado satisfatório”. Estabelecer esse limite auxilia as equipes em saber até onde pode ir.
Pense comigo. Imagine uma equipe super animada com um projeto de risco alto. Empolgada para colocar em prática. E a liderança da empresa em outra esfera pensando em soluções mais rápidas e menos disruptivas.
Esse alinhamento é essencial. Se não acontecer, corre-se o risco de minar as equipes.
Mapeamento dos riscos nos processos de inovação
O mapeamento dos riscos é uma das etapas mais importantes dos processos de gestão da inovação. Tão importante que editais de fomento potuam esse item como nota alta em projetos.
Ou seja, é preciso conhecer os riscos e montar uma estratégia para dinamizá-los. Tem gente que entende errado. Que vai mascarar o risco para que ele não exista. E na dinâmica da inovação, não é disso que se trata.
Além disso, riscos em processos de inovação é uma aposta de tudo ou nada. É saber que existem aquelas incertezas, mas sabemos o que fazer para minimizá-las.
Risco em inovação existe. Ponto final! Vc precisa conhecer e administrar. Processos de aprendizados, diversificação de portfólios, avaliação periodica dos projetos e alianças com parceiros estratégicos, são algumas ações que podem ser feitas.
A ISO 56002:2019 até traz uma dica sobre isso:
Os processos de inovação são implementados interativamente e frequentemente em uma sequência não linear. Eles [gestão de riscos] precisam ser flexíveis e adaptáveis aos tipos de inovação que a organização procura alcançar.
Então, a dica é: tenha em seu processo a avaliação dos riscos e monte um plano de ação para monitorar e atuar quando for preciso.
Risco não é igual a coisa ruim
Temos a falsa ideia que todo risco está diretamente ligado a algo ruim. Essa visão, precisa ser eliminada dos processos de inovação. Eu gosto mais quando pensamos em risco como incerteza.
Assim, temos mais clareza que os riscos estão ligados ao desconhecido. Então, para gerenciá-los é preciso conhecer. E aí entra um elemento muito importante. Na gestão da inovação o mapeamento tecnológico é importante.
É preciso mapear a trajetória tecnológica. Saber o que concorrentes estão lançando ou depositando em patentes. E, principalmente, mapear os pesquisadores.
Ter as parcerias com universidades e centros de pesquisas são importantes. Primeiro, porque minimiza o risco. Segundo, porque você pode sair em vantagem no grau de inovação.
Gerenciar riscos está diretamente ligado ao desenvolvimento de soluções inovadoras. Por isso, este é um processo que não pode faltar na gestão da inovação.