Toda inovação envolve riscos. Dessa forma, a empresa que trabalha com inovação precisa trabalhar, também, com a gestão de incertezas.
Ao longo dessa jornada vou trazer vários elementos da ISO 56000. Eles definem alguns conceitos básicos para os sistemas de gestão da inovação. Nela, há um capítulo só sobre o gerenciamento da incerteza.
Vamos comigo?
Entendendo o que é incerteza
Antes de tudo, vamos começar a entender o conceito.
“Incerteza é estado, de deficiência de informação, de compreensão ou de conhecimento. A deficiência pode ser total ou parcial. A incerteza pode estar relacionada às consequências. Ou à probabilidade de um evento, ou às características de uma entidade. As incertezas podem ser gerenciadas abordando sistematicamente as premissas críticas. Em relação às consequências, probabilidade ou características de eventos e entidades. para obter informações, entendimento e conhecimento.”
Ou seja, incerteza é quando desconhecemos algum elemento. Seja a própria solução, o mercado, a forma de precificar ou qualquer outro. Assim, as incertezas podem ser encontradas em diferentes áreas. Por exemplo: incertezas regulatórias, tecnológicas, organizacionais ou até de recursos.
Então, quando estivermos diante da ideia de uma solução inovadora, não teremos sempre a certeza de tudo. Pelo contrário, teremos muitas incertezas. O que é comum.
“Tati, então a incerteza envolve risco?” Sim. Se eu não sei, maior o risco, certo? Vamos à ISO novamente: “risco é o efeito da incerteza. E um efeito é um desvio do esperado – positivo ou negativo. O risco é frequentemente caracterizado por referência a ‘eventos’ em potencial e ‘consequências’.
Os processos e a gestão de incerteza
Os processos que envolvem a atividade de inovação levam um tempo até se tornarem uma solução inovadora de fato. E tanto no início, quanto na caminhada, teremos várias incertezas.
De maneira geral, os processos de inovação envolvem assumir riscos. Até porque, nem todas as ideias ou soluções resultarão em uma inovação.
Por isso, a gestão de incerteza envolve executar a ação de inovação sabendo que ainda desconhece várias etapas. Dessa forma, poderá criar ações para entender melhor o processo. E, assim, diminuir as incertezas.
A própria ISO 56000 diz isso. “Os processos de inovação são projetados para gerenciar a incerteza com a inovação como resultado pretendido”.
Aliás, a gestão de incerteza já envolve ter um processo com testes e validações. Ou seja, os processos geralmente são feitos para identificar e testar incertezas em diversos contextos.
E existem muitos benefícios em organizar essa gestão de incertezas, sabia? Alguns deles são:
- capacidade de dar respostas positivas às mudanças.
- ciclos de aprendizagem mais curtos.
- maior potencial de realização de valor.
- melhor identificação, entendimento, gestão e alavancagem de incertezas e riscos.
- uso efetivo dos recursos e melhor retorno dos investimentos.
- crescimento oportuno e implementação de mudanças com velocidade adequada.
Como gerenciar incertezas, então?
Falamos muito sobre a importância da gestão da incerteza. Mas ainda não falamos sobre como fazer isso. A ISO 56000 traz algumas ações possíveis para essa ação:
a) desenvolver estruturas e processos para gerenciar a incerteza. Incluindo a gestão da razão entre investimento e valor potencial.
b) desenvolver e apoiar uma cultura para a experimentação. E a tomada de riscos para adotar mudanças e incerteza.
c) gerenciar incertezas e riscos em todo o sistema de gestão da inovação.
d) estabelecer uma abordagem de portfólio para iniciativas de inovação, equilibrando risco e valor.
e) gerenciar insights e conhecimentos para capturar e disseminar as lições aprendidas.
f) usar indicadores para monitorar, avaliar e reduzir incertezas e riscos.
g) garantir que as pessoas saibam como identificar e lidar com incertezas e riscos.
Gerenciar incertezas é algo obrigatório para empresas que querem trabalhar com inovação. Isso porque o novo não é certo e os riscos existem. E só inova quem não tem medo dessas etapas.