O Índice IGI é um ranking internacional que mede o grau de inovação dos países. No ranking de 2022, o Brasil ficou em 54º lugar. Isso significa que subimos três posições em relação ao ano passado. Além disso, entramos na lista dos três melhores países da América Latina.
Mas isso é para ser comemorado? É sobre esse assunto que vamos falar no artigo de hoje.
O Índice IGI
De acordo com Daren Tang, diretor geral da Organização Mundial da Propriedade Intelectual, “Um dos principais objetivos do IGI é ajudar todos os países, independentemente de seu estágio de desenvolvimento, a fortalecer seu ecossistema de inovação”.
Assim, para ele, o IGI é mais do que um guia de referência. Se tornou uma ferramenta de desenvolvimento.
Dessa forma, esse índice tem a função de medir o desempenho de 132 economias, além de identificar tendências. Em seguida, reúne todas elas em um documento para que os países tenham acesso.
Para ler o Índice IGI completo e em português, clique aqui.
Estamos bem no 54º lugar do Índice IGI?
O Índice nos coloca em 54º lugar. De acordo com o relatório do IGI, o Brasil registra melhorias significativas em Produtos de inovação, sobretudo no pilar de Produtos Criativos. Inclusive nos cita os subpilares de ativos intangíveis, criatividade on-line, marcas e criação de aplicativos móveis.
Porém, a pergunta é: será que podemos ficar felizes com o nosso 54º lugar? Ao meu ver, não. Apesar de termos subido no ranking, ainda não podemos comemorar. Inclusive, de acordo com o documento, estamos com o crescimento acima do esperado.
Isso é como um menino que tira nota ruim e depois fica na média. Ok, valeu o esforço. Mas ainda não é o suficiente. Aliás, arrisco a dizer que não fizemos menos do que a nossa obrigação.
Fico muito triste em ver o Brasil, com a capacidade que tem, com o número de empresas e de pessoas que tem, ficar apenas em 54º. Para mim, deveríamos estar entre os 20 primeiros do mundo!
Nós crescemos 32% em pesquisas!
Entre diferentes fatores, vou contar um aqui que impacta diretamente no ranking e que mostra que poderíamos ser melhores.
O Brasil produz muita pesquisa. Assim, temos crescido nos últimos anos na produção de artigos científicos.
Segundo a Sociedade Brasileira de Progresso da Ciência, a produção brasileira de artigos científicos cresceu 32,2% em 2020 em relação ao ano de 2015. No mesmo período, a produção global cresceu apenas 27,1%.
O problema é que ainda transformamos pouco disso em patentes. Ou seja, levamos pouco o nosso conhecimento para a transferência de tecnologia e para o setor produtivo. O que nos prejudica muito quando o assunto é inovação.
E, um dos critérios que o IGI avalia, é a quantidade de propriedade intelectual que um país deposita.
Dessa forma, eu, como agente de inovação, não posso comemorar algo que não é bom. Por isso, é preciso relembrar, sensibilizar e atuar para levarmos mais conhecimento para a inovação de fato.
Trata-se de desenvolvimento nacional.