Na última década temos presenciado empresas tradicionais se abrindo para a inovação. Afinal, na era da tecnologia, inovar não é só uma estratégia. É uma necessidade para quem quer continuar no mercado. No entanto, as atividades de inovação nas empresas ainda são direcionadas para o hoje. Elas não olham para as tendências do futuro.
Quando digo que a inovação é direcionada para o hoje, é porque ela vai olhar para o estágio atual da empresa. Os programas e os projetos são todos focados em resolver demandas presentes. Por exemplo, melhorar o atendimento do cliente. Otimizar algum controle ou gestão. Trabalhar melhor os dados para a tomada de decisão etc.
Veja bem, isso não está errado. De forma alguma. Os problemas e demandas da empresa são combustível para a inovação. E esse é sempre o melhor caminho para começar a inovar. Pois são ações e projetos que terão um retorno mais rápido. O que é importante para que a inovação se consolide na cultura da organização. No entanto, inovar não é olhar apenas para o agora.
De olho nas tendências do futuro!
Enquanto algumas empresas olham apenas para o hoje. Outras estão analisando as tendências do futuro. Pensando em como transformar o mercado.
Por exemplo, recentemente duas empresas do setor agrícola lançaram criptomoedas atreladas aos produtos que comercializam. Uma de café. E outra ao defensivo agrícola. Elas identificaram uma oportunidade que vai além do negócio em que atuam. Olharam para uma tendência financeira e atrelaram a uma área de domínio. Uma visão direcionada para o futuro.
Eu sempre reforço que a inovação na empresa começa com a liderança. Afinal, é ela que tem que definir o que é inovação para aquela organização. E onde ela quer chegar. E é justamente esse onde chegar que não precisa ser limitado a dois ou cinco anos. Pode ser em dez, vinte anos. Qual é o futuro da empresa e como a inovação pode contribuir com isso?
Ampliando os horizontes
A empresa de consultoria americana McKinsey & Company criou um conceito chamado de os três horizontes da inovação. Nele, no primeiro horizonte a empresa busca aprimorar o que ela domina. No segundo horizonte, ela foca em novos mercados dentro da sua área. E no terceiro ela parte para a experimentação.
Empresas que orientam a inovação para o hoje, estão nos dois primeiros horizontes. Mesmo que o planejamento de novos produtos envolva um olhar a longo prazo.
Assim, o terceiro horizonte é o lugar onde a inovação pensa nas tendências do futuro. Onde a empresa pensa em abrir novos caminhos, fora do seu setor. Fora da sua área de domínio. E para trabalhar isso, é fundamental estar de olho nas tendências.
E não estou falando sobre as tendências de compra do seu cliente para o próximo ano. Mas, por exemplo, será que o NFT (non-fungible token) pode fazer parte do meu negócio? Como eu vou atuar no metaverso? É olhar para o futuro a longo prazo!
Passo a passo
Antes de tudo, é fundamental que a empresa olhe para a inovação. Mesmo que ela comece focando no presente. Ali ela vai dar os primeiros passos para estruturar seu sistema de gestão da inovação. Além disso, vai começar a mudar sua cultura organizacional. Com projetos de curto e médio prazo, a liderança poderá ver o valor da inovação.
Contudo, é também importante que a liderança enxergue o potencial de explorar as tendências. De olhar para onde ela deseja e pode chegar e direcionar esforços para isso. Inclusive reconhecendo novos caminhos. Afinal, o esforço que ela desprende agora, pode ser seu grande diferencial competitivo no futuro.