Banco de Ideias é um local onde se organiza as ideias com potencial de trazer soluções inovadoras para as empresas. Esse banco é um dos primeiros passos da gestão da inovação e ele pode orientar a empresa no desenvolvimento das inovações. 

Já sabemos que toda a inovação parte de uma boa ideia, e para não perder as oportunidades, podemos organizar as sugestões em um banco. Assim, conseguiremos ampliar o escopo das soluções inovadoras. 

Um banco de ideias pode partir de startups, clientes, colaboradores e universidades ou institutos de pesquisa. Lembrando que antes de criar o banco, é interessante organizar os problemas. 

Como fazer um banco de ideias?

Primeiro, é preciso captar ideias. Sugiro que, para a captação de ideias, as equipes organizem desafios ou pensem em problemas a serem solucionados. Desta forma, podemos ter os times trazendo ideias e orientados aos problemas propostos nos desafios.

Uma vez escolhidos os desafios, partimos para a captação. Há uma série de iniciativas que podem ser feitas nesse sentido, tais como:

  • Programas de cocriação;
  • Caixinha de sugestões;
  • Dinâmicas com clientes;
  • Workshops de toró de ideias, entre outros. 

O objetivo deve ser sempre de inspiração e promoção da criatividade. Precisamos de muitas ideias para que, ao menos, algumas delas resultem em soluções inovadoras. Por isso, não use filtros. Deixe os participantes à vontade para pensarem mesmo fora da caixa. 

Também é interessante que essa captação de ideias tenha certa constância. Será uma vez por mês? A cada semestre? Uma vez ao ano? Não importa a periodicidade que você vai definir, mas pense que na gestão da inovação, precisamos de programas com continuidade. 

Critérios para as ideias

Uma vez coletada as ideias elas podem ser organizadas a partir de critérios técnicos. Podemos usar, por exemplo, tempo de desenvolvimento versus custo. 

Essa ideia tem um tempo longo de desenvolvimento? Ou ela é de fácil implantação? É interessante, mas vai custar muito? Ou é de baixo custo? Enfim, você pode criar os critérios a partir das demandas da sua organização. 

Mas, é sempre bom classificar as ideias antes de ir para o banco. Ah, também é importante observar que talvez nesse momento determinada ideia não seja interessante, mas mesmo assim, ela deve ir para o banco. 

Fonte: Imagem de Tumisu por Pixabay

Sempre que necessário, você pode revisitar o banco e acessar uma ideia que em determinado momento seja adequada. 

Eu gosto de sugerir o uso de cores para a classificação dessas ideias, sendo cores específicas para as mais importantes, de média importância e menos importantes. 

Da ideia ao projeto

As ideias selecionadas deve ser organizadas a partir da gestão de projetos. Sugiro o uso do Business Model Project para essa ação. Você pode conhecer mais dessa metodologia nesse livro

Assim que a ideia parte para um projeto estruturado, podemos iniciar o caminho da ideia à inovação. O mais importante é entender que estamos trabalhando com uma invenção, que poderá resultar em inovação. 

Vlinder
gestão da inovaçã

Então, entenda que há um risco de que as coisas não deem certo. E se não der? Ótimo, aprendemos e seguimos em frente. 

O gráfico abaixo é parte do livro Gestão da inovação e competitividade no Brasil: da teoria para a prática.E ele mostra a quantidade de ideias que são necessárias para que se gere uma inovação incremental. 

Lembrando que a inovação incremental é aquela que oferece melhorias significativas a um produto, processo ou serviço já existente. 

Fonte: Gestão da inovação e competitividade no Brasil, 2015.

Já para inovações radicais, ou seja, aquelas que criam novos produtos, processos ou servidores inovadores, a quantidade de ideias necessárias é muito maior!

Fonte: Gestão da inovação e competitividade no Brasil, 2015.

Por isso que o banco de ideias é importante. Porque podemos organizar, armazenar e orientar essas ideias para gerar soluções inovadoras. Se em determinado momento da empresa não foi possível aproveitar tudo, é preciso rever em um momento posterior. 

Como gerar ideias?

Para dar conta dessa dinâmica, já sabemos que as empresas não precisam fazer sozinhas, por isso, a inovação aberta está aí para te ajudar. Criar os desafios com startups ou com pesquisadores universitários. 

Também podemos, se você considerar interessante, criar um programa específico para coletar essas ideias. Imagina um desafio de TCCs que pode ser voltado a determinado problemas e os melhores virarem startups? 

Ou mesmo buscar startups que já estão em operação para trazer as soluções inovadoras? Ou ainda trabalhar com grupos de pesquisa para orientar soluções específicas?

notícias inovação

Sim, há alguns caminhos e todos eles envolvem investimento. O certo é que, se estamos querendo inovar, o banco de ideias é começo de tudo. E eu sugiro esse começo para organizar a gestão da inovação. 

Essa dinâmica da inovação aberta está muito presente nos dias atuais. A Danone, por exemplo, lançou uma barra de cereal em parceria com uma startup. E a Natura, que trouxe uma startup para perto, e desenvolveram um aplicado de cheiro! 

E não se esqueça: são os problemas que vão orientar essas dinâmicas. Quer saber como identificar os problemas? Saiba mais nesse artigo que eu escrevi sobre os Times Orientados a Problemas