Não há inovação sem pessoas. Não ainda, quem sabe um dia!

Um recurso fundamental para a inovação são as pessoas. E essa pode parecer uma frase meio óbvia. Afinal, tudo em uma corporação depende de pessoas. Mas quando uma corporação quer inovar, ela precisa direcionar seu time para isso. Portanto, conseguir mudar a dinâmica da empresa, para uma cultura mais inovadora, é o maior desafio. 

No entanto, é claro que se olharmos para grandes empresas de tecnologia, esse tipo de cultura já está enraizada. Google, Meta, Apple… A inovação é o centro dessas corporações. A cultura segue esse direcionamento. No entanto, se olharmos para as empresas no geral, o cenário é outro. Ou melhor, há diferentes cenários.

Há empresas nas quais a diretoria aposta em inovação. Mas não consegue direcionar os times para isso. Uns até jogam contra kkk

Há os casos em que os times possuem colaboradores motivados. Mas a diretoria é conservadora e não abre espaço. 

E, ao meu ver, o mais comum: diretoria composta por líderes que apoiam e outros que desconfiam. E time que refletem essa divisão. Em todos os casos, enquanto a cultura não for alinhada, a inovação não acontece. 

De cima, para baixo 

A mudança cultural para favorecer a inovação começa nas hierarquias mais altas da empresa. Ou seja, a liderança PRECISA estar comprometida com a inovação, de verdade. 

Dessa forma, antes de qualquer campanha com os colaboradores. Antes de qualquer programa de ideias interno, com startups ou eventos. A sensibilização começa nas lideranças. 

Assim como qualquer grande decisão da empresa, a intenção de cultura de inovação precisa ser top down. Portanto, quando uma empresa começa a organizar seu sistema de gestão para a inovação, o primeiro passo é que a diretoria defina o que espera dessa estratégia. 

Ou seja, o primeiro trabalho de cultura começa na Alta Direção. O alinhamento das expectativas. A definição da estratégia. O direcionamento, os recursos etc. 

Assim, pela minha experiência, o sucesso da inovação com o time só vai acontecer quando a diretoria estiver muito segura sobre esse processo. 

Cultura empreendedora e inovadora 

A cultura organizacional é um desafio para qualquer empresa. Fazer com que um grupo de pessoas diferentes, tenham alguma familiaridade, requer uma construção pouco a pouco. Da mesma forma, quando dentro dessa cultura você quer mudar alguma coisa, o processo também é lento. 

Normalmente, o time estará habituado a fazer o que é comum na rotina. Ou seja, dedicar tempo às metas e objetivos estratégicos da empresa. Assim, se a inovação não fizer parte dessa rotina ou dessas metas, ela é deixada de lado. 

Assim, quando digo que ela é deixada de lado é no sentido de que não haverá “tempo” para fazer. Não tem tempo para testar. Não tem tempo para conhecer soluções. Simplesmente não tem tempo… E esse discurso vem com o “não precisa”, “quem sabe depois”, “acho que não faz sentido”. Todas frases que são contrárias ao processo de inovação. 

Portanto, para que a empresa consiga inovar, além de um alinhamento da diretoria, é necessário um trabalho de construção dessa nova cultura organizacional, com o setor de recursos humanos. 

Como começar a mudança? 

Um passo de cada vez! Nada de fechar a porta, trancar todo mundo e dizer: agora somos inovadores. Pinta a parede de laranja e somos. Não façam isso!

Assim como a empresa divulga sua missão, visão e valores para os colaboradores, ela precisa começar a divulgar sua estratégia de inovação. Levar o conceito, trazer conhecimento.

 Não de forma muito complexa. Mas de forma que todos, em todos os níveis da empresa, consigam começar a se familiarizar com o tema. 

O que é inovação? Por que adotar essa estratégia? De que forma ela será realizada na empresa? Como cada um pode colaborar? O que é startups? Mensagens simples que podem começar a fazer parte da rotina dos times. Treinamentos, artigos, vídeos. Ou seja, a cultura começa com o acesso a conteúdo! 

3 ações para te ajudar na cultura da inovação

Depois, pequenas ações podem ajudar. Por exemplo: 

  1. Programa de ideias interno com colaboradores: criar um programa na qual os colaboradores possam sugerir ideias para a empresa. Esse tipo de ação torna palpável o trabalho com inovação. E faz com que eles se sintam parte do processo. Afinal, eles são. 
  2. Trilhas de inovação: planejar trilhas com palestras e cursos sobre inovação, empreendedorismo e criatividade. Mostrar como essa nova cultura pode fazer parte da rotina. E capacitar os times. Ter pessoas capacitados no time nunca é demais. 
  3. Eventos de inovação: ideathons, hackathons e eventos relacionados, são uma ótima forma de colocar esse tema em prática. Olhar para outros setores também é ótimo. Seja dentro da empresa ou oportunizando a participação deles em eventos do ecossistema. Ou seja, tirar o time da roda do dia a dia e dar um respiro. 

E a minha dica final é: vale mais a pena construir esse sistema de gestão da inovação aos poucos. Dando pequenos passos. Do que lançar programas e ações sem estar preparado, só para bater foto. Afinal, quando a diretoria ou os colaboradores se frustram, é ainda mais difícil realizar essa transformação internamente.