Boas práticas de empresas com o relacionamento com ICTs têm levado a ampliação de projetos inovadores.
Já sabemos que na inovação aberta inovar em parceria com Institutos de Ciência e Tecnologia (ICT) levam a resultados muito promissores. Mas, sabemos que esses resultados poderiam ser muito maiores.
Porque ainda há muito “medo da burocracia” por parte das empresas. Contudo, também há, por parte de alguns pesquisadores, desconhecimento de mercados para apresentar uma boa solução à empresa.
Por isso, separei 4 dicas para ajudar empresas e pesquisadores a olharem com mais atenção para essa relação.
1 – Formalize a parceria com a ICT
Por medo da burocracia muitas empresas e, também, muitos pesquisadores fogem da formalização. Fazem a parceria e repassam a tecnologia. Porém, não há nenhum contrato que assegure a ação.
Agora, imagina você, empresário, com um produto super inovador iniciando suas vendas no mercado e vindo o Ministério Público atrás porque não há contrato?
Ou mesmo você, que é pesquisador, sendo denunciado por um “colega” de instituição porque não formalizou a parceria?
Se empreender é saber minimizar riscos, não podemos brincar. Sim, os trâmites dos contratos as vezes demoraram um pouco. Mas, é importante formalizar para assegurar ambos os lados.
Afinal, a transparência dos processos deve ser importante. Principalmente, com instituições públicas. E uma boa prática, neste sentido, envolve as fundações.
Muitas instituições possuem fundações de apoio e que estão auxiliando no relacionamento ICT e empresa. Por isso, procure saber se é possível fazer o contrato via fundação. Certamente, se terá menos dor de cabeça.
Se não for possível, não desista. Muitas instituições estão aprimorando seus processos para atender melhor as empresas.
2 – É preciso conhecer o objeto da pesquisa e o potencial de mercado
Um dos grandes desafios do relacionamento com ICTs está no olhar para o mercado. A pesquisa pode ter um potencial incrível, ter apresentado testes que realmente animam.
Pode até, ter resultado em patente. Porém, será mesmo que há mercado para essa solução? Por isso, pesquisadores precisam olhar também para o mercado.
Sim, estou incluindo mais um item na sua pesquisa que será importante. O mercado precisa daquele tipo de solução? Ela realmente resolve um problema? Tem potencial para ser vendida?
Mas, Tati, nem toda pesquisa é para o mercado! Ah, sim, não é mesmo. E nem deve ser. Precisamos muito da pesquisa básica. Afinal, é ela que leva à pesquisa aplicada.
Todavia, se o foco é o relacionamento com as empresas, é preciso ter esse olhar. Por isso, a boa prática envolve o compartilhamento de informações. E, neste caso, não da pesquisa em si, mas do mercado.
A empresa pode ajudar a ICT nessa análise. Pois é ela quem detém esse conhecimento. Principalmente, do potencial de seus clientes. Assim, a análise conjunta do mercado ajudará ambos os lados.
De qualquer modo, é importante que o pesquisador conhece os principais mecanismos de mapeamento de mercado. Isso ajudará muito na aproximação com a empresa.
3 – Oriente a pesquisa ao crescimento dos negócios
As parcerias são mais sólidas quando envolvem um olhar para o crescimento do negócio. Muitas vezes, a atenção do pesquisador é para o objeto – a solução. Já o olhar da empresa é o de crescer, com o foco no negócio.
Esses olhares podem caminhar em conjunto. Devem, na verdade. Desta forma, a premissa é sempre organizar soluções inovadoras ao benefício dos negócios.
Destaco alguns pontos de atenção:
- O que a empresa ganha com sua solução?
- O que ela pode levar de melhor para o cliente?
- Como essa solução vai ajudar a expandir mercados?
Pode parecer simples responder a tudo isso. Mas, uma boa prática no relacionamento com ICT envolve um lado entender o outro.
A empresa entender que pesquisa é algo de longo prazo. E os pesquisadores entenderem que empresas visam negócio. Tudo organizadinho, dá um bom caldo. Posso te garantir.
4 – Alinhe expectativas no relacionamento com ICTs
Alinhar expectativas é importante para qualquer projeto e no relacionamento com ICTs não é diferente. Portanto, é importante que tudo esteja alinhado ainda na fase de conversa.
O que cada parte vai fazer. Qual é o resultado esperado. Quanto será pago pela empresa ao projeto. Qual o tempo necessário.
Quando tudo isso estiver alinhado e muito bem entendido, minimizamos problemas futuros. E se a proposta desse artigo é dar dicas para acelerar o relacionamento, essa é fundamental.
Já vi muito professor não conseguir cumprir prazo porque tinha que aplicar prova. Sim, isso acontece. Porém, não pode acontecer. Compromisso assumido deve ser cumprido.
E já vi empresa largar tudo na mão do pesquisador e só cobrar resultado para ontem. Primeiro, que pesquisa não é para ontem. Segundo, que o relacionamento envolve troca.
Troca de conhecimento, de experiências e de recursos. Pois, estamos lidando com a interação para a inovação. Não é assim: você faz e eu só uso. É criado em conjunto, compartilhado.
Quando o relacionamento envolve parceria faz diferença. Se até no casamento é assim. Imagine, nos negócios!
Eu acredito muito na transferência de tecnologia como forma de ampliar soluções inovadoras. Se todo mundo fizer sua parte, podemos avançar mais nesse sentido. Só precisamos ter atenção e fazer tudo da melhor forma.
Agora me diz se você tem mais uma boa prática aí que seria bacana de ser compartilhada. Coloca aqui nos comentários! Vou adorar saber.