Quando uma empresa decide inovar, ela precisa definir qual será a sua estratégia de atuação. Nessa hora, a maioria das empresas opta pela inovação incremental. Ou seja, elas preferem investir em projetos de melhorias. Ao invés de investir em produtos, processos e serviços de inovações radicais. Por que será? 

Primeiramente, vamos retomar os conceitos de inovação. Chamamos de inovação incremental aquelas que trazem melhorias significativas para produtos, processos ou serviços. Não são pequenas atualizações. São melhorias com alto impacto. Por exemplo, os motores de carros flex. Essa inovação mudou a relação com os tipos de combustível. 

Já a inovação radical, é aquela que gera produto, processo ou serviço e muda padrões econômicos e sociais. Como o caso do celular, por exemplo. 

E por quê a inovação incremental agrada mais? 

A maioria das empresas opta pela inovação incremental porque o risco é menor. É muito mais “seguro” fazer melhorias. Ao invés de desenvolver algo radical.

Por exemplo, dados do Industrial Research Institute mostram que a relação entre o número de ideias geradas e a geração de uma inovação incremental é de 60 para 1. Já no caso das inovações radicais, essa relação aumenta para 3.000 ideias a cada sucesso. 

Esses dados são apresentados por Ricardo Augusto Cassel no artigo Sistema Corporativo de Inovação. 

Portanto, a lógica faz sentido. Mas a questão é que precisamos ampliar essa mentalidade. Inovações radicais mudam todo o mercado. Podem ser mais arriscadas. No entanto, os resultados também são exponencialmente maiores. 

Estratégias para inovação 

Não inovar de forma radical é uma escolha. Não existe um mercado que não tenha espaço para inovação radical. Existe empresa que não deseja atuar com isso. Ou seja, é a estratégia de inovação da empresa que vai direcionar no que ela investe. 

Tem empresas que já montam seu programa de inovação sabendo que não querem arriscar. No entanto, outras (poucas) se abrem para tentar realizar ideias “mirabolantes”. É importante que a empresa tenha clara qual é sua estratégia. Mas reforço: devemos pensar em crescimentos maiores. 

A inovação radical é muito mais difícil de se alcançar, mas devemos ter ela em mente. Deve ser nossa meta. Isso não quer dizer que a inovação incremental não será feita. Mas que ambas estarão no radar. Se não houver essa abertura, a empresa pode perder uma grande ideia. Simplesmente por não olhar para esse tipo de inovação. 

Pense na diferença entre a Ford para a Tesla. As duas investem em tecnologia. Mas uma quer realmente estar no futuro. E a outra quer manter o que já existe e crescer dentro do possível. 

Inovação incremental tem menos riscos?

Toda inovação tem um risco. Maior ou menor. Portanto, seja com inovação incremental ou radical, a empresa precisa planejar do mesmo jeito. 

É importante frisar que a busca pela inovação radical não é o mesmo que se jogar da ponte. Se a construção desta solução for bem planejada, tornamos o processo mais “seguro”. 

Assim, é fundamental que qualquer projeto de inovação tenha as seguintes etapas:

  • Planejamento;
  • Desenvolvimento;
  • Validação;
  • Monitoramento; 
  • Avaliação e ajustes. 

Além disso, vale lembrar que inovação radical não precisa ser um produto ou serviço. Veja o Ifood. A mudança está no modelo de negócios. 

Hoje em dia, especialistas já dizem que a grande inovação está no modelo de negócios. Ou seja, ela não é mais apenas produtos ou processos. Mas acontece na forma como você organiza a interação com o cliente. Uma empresa que olhe para essa possibilidade, pode transformar seu mercado. 

Como começar? 

Definir sua visão de inovação. Onde quero chegar? Depois, estruturar o seu sistema de gestão da inovação. Montar uma estratégia que seja capaz de orientar fluxos de ideias para projetos que resultem em soluções inovadoras. 

Se a empresa trabalhar com a inovação aberta, ela tem mais chances de enxergar inovações radicais. Mas o mais importante é sua capacidade de se organizar internamente. De gerar ideias e transformá-las em resultados.