O que leva uma empresa a inovar? Pela minha experiência, as empresas começam a pensar sua estratégia de inovação porque querem ser mais competitivas e se manterem no mercado. Ou ampliar seus negócios, mas dentro da área que já dominam.

Há ainda aquelas que passam a tratar do tema porque está em alta. Ou seja, se todo mundo está inovando, também quero.. Me arrisco a dizer que essa talvez seja a corporação que inova no papel

Não posso dizer que existe um motivo errado para começar. Mas definitivamente existem formas erradas de fazer. O que também não vem ao caso. A discussão que eu quero trazer aqui é: inova-se muito para o presente e pouco para o futuro. 

Inovação aberta.. para agora.

Em 2003, Henry Chesbrough introduziu o conceito de inovação aberta no mundo. É a ideia de que uma organização não precisa dominar todo conhecimento necessário para inovar. Ela pode buscar esse conhecimento fora do seu fluxo tradicional. 

Hoje, inovação aberta é uma estratégia muito adotada pelas empresas. Que buscam em parcerias com startups ou institutos de pesquisa, tecnologias e know how para complementar seus projetos. 

O ponto de reflexão que eu quero trazer é: muitos desses projetos são focados no hoje. E não no futuro. 

Portanto, isso faz com que as empresas percam grandes oportunidades. Penso que acontece porque ainda temos corporações muito conservadoras, quando a questão é inovar. Há o medo de perder. O medo de errar. Que são coisas que fazem parte do jogo da inovação.

Inovando para o futuro! 

Então, afinal, o que é inovar para o futuro? 

Quando olhamos apenas os problemas existentes como inputs para os funis de inovação, estamos inovando para o presente. Para os problemas que já temos e são latentes. 

Inovar para o futuro é abrir espaço para oportunidades que não estão pré determinadas. Por exemplo, quando uma empresa conhece uma tecnologia fora do seu escopo de atuação. Desta forma, estabelecendo uma relação entre tendência, novos mercados e novas tecnologias. Isso é inovar para o futuro. 

É como pensar que o seu cliente não precisa daquela solução agora, mas ele pode precisar no futuro. Ou, que a corporação não atua naquela área agora, mas poderia atuar no futuro. Enfim, é realmente desvincular a inovação somente da resolução de problemas. E conectá-la com oportunidades. 

E como pensar uma estratégia de inovação para o futuro?

Primeiro, para que uma organização tenha segurança em atuar dessa forma, ela precisa estar estruturada e disposta ao risco. Aqui entra a gestão da inovação. 

Não vou entrar em detalhes sobre esse processo, mas você pode ler mais em outros textos do blog.

Tendo uma gestão de inovação estruturada, a corporação pode definir qual será sua estratégia para identificar oportunidades. Você pode fazer isso:

  • Participando de eventos e de ambientes de inovação;
  • Conhecendo startups de diferentes setores e em diferentes níveis de maturidade;
  • Realizando prospecção tecnológica em banco de patentes;
  • Conhecendo ICTs e linhas de pesquisa em desenvolvimento. 

No entanto, de nada valem as ações acima se a organização não participar com essa visão de futuro e de oportunidade. Por isso a gestão da inovação é o primeiro passo. Caso contrário, a empresa se conecta com um parceiro, sem estar preparada para conduzir aquela parceria. 

Por fim, é importante lembrar que inovação não é uma estratégia de um caminho só. Inovar olhando para os desafios e para o hoje também traz resultados. Contudo, só trabalhar nessa frente pode impedir que a empresa encontre grandes oportunidades de negócio.