Quando o assunto são os tipos de inovação, é comum encontrarmos essas três categorias: processo, produto, marketing e organizacional. No geral, as organizações vão definir sua estratégia de inovação pensando em qual desses três querem dar foco. E essa definição vem do Manual de Oslo. 

No entanto, apesar das quatro  categorias estarem certas, há ainda outra abordagem sobre isso. E ela está no livro “Dez tipos de inovação”, de Larry Keeley. 

Assim, como o próprio nome diz, a obra traz dez tipos de inovação que o escritor, Larry Keeley, identificou. Ele é um estrategista que atua há décadas com inovação e baseou a obra na sua experiência como consultor. 

Dez tipos de inovação

Os dez tipos de inovação apresentados por Larry estão divididos em três eixos: inovações de configuração, de experiência e de oferta. 

A primeira diz respeito ao ambiente de organização. A segunda são inovações relacionadas aos clientes. E a última diz respeito ao produto ou serviço. 

4 tipos de Inovação de Configuração 

  1. Modelo de lucro: diz respeito à forma como a empresa lucra e às inovações que podem ser direcionadas ao modelo de negócios. Ex: Gilette que vende o aparelho e a lâmina de barbear. Ou seja, se vende um componente base e o outro gera a receita recorrente.
  2. Rede: é o famoso vamos fazer juntos! Como uma empresa pode criar parcerias que podem gerar valor. Pensar na construção dessa rede fora do habitual. Por exemplo, Natura que criou uma rede gigante de P&D externa à empresa. 
  3. Estrutura: essa inovação diz respeito às ações que podem gerar valor relacionado aos ativos da empresa. Sejam pessoas ou espaço físico. Um bom exemplo está voltado para a descentralização gerencial, onde equipes tomam as decisões para o todo. Não só o chefe, por exemplo.
     
  4. Processo: como você deve imaginar, essa é a inovação direcionada aos processos. Ou seja, em como aperfeiçoá-los para que a empresa tenha um resultado melhor, seja em qualidade ou em tempo, por exemplo. A Zara é o exemplo trazido por Keeley, onde uma peça da produção até a loja chega em 3 semanas.

4 tipos de Inovação de experiência

  1. Serviços: são inovações direcionadas a garantia, aumento da utilidade, desempenho ou valor do produto ou serviço.. Por exemplo, inovações no suporte ao usuário. 
  2. Canal: são as inovações relacionadas ao canal utilizado pela empresa para alcançar o seu cliente. Por exemplo, o comércio eletrônico foi uma inovação de canal que continua em expansão. Ou seja, como inovar na forma de alcançar seu cliente para que ele compre com o mínimo de atrito, baixo custo e máximo prazer.
  3. Marca: como o próprio nome indica, essa seria a inovação relacionada à visão que o cliente tem da empresa. Pode ser, por exemplo, todo um trabalho de branding feito por uma empresa. 
  4. Envolvimento do cliente: esse tipo de inovação estará ligada com o relacionamento com o cliente. De que forma a empresa pode inovar nessa interação. Um exemplo é a utilização das redes sociais como contato ou nas atividades de cocriação.

2 tipos de Inovação de oferta

  1. Desempenho de produto: como o nome já indica, são inovações que vão impactar o valor, atributos ou qualidades  do produto ofertado pela empresa. Por exemplo, quando as empresas lançam celulares com novas tecnologias relacionadas ao desempenho ou design. 
  2. Sistema de produto: são inovações relacionadas à forma como a empresa cria uma complementaridade em seus produtos com serviços. Ou seja, como ela faz que o cliente queira um produto e um serviço acoplado. O melhor exemplo é a Microsoft, que integra o Office com os computadores vendidos. E olha que o computador nem é dela. . 

Quando a gente lê todos esses tipos de inovação, pode parecer que algumas são parecidas. Ou tem uma função similar, mas essa divisão ajuda a expandir a visão para além de inovação de produto, processo, marketing e organizacional. Além disso, amplia a correlação. Pois, segundo Keeley, é possível combinar os tipos. 

Minha sugestão: faça a leitura do livro! Vale muito a pena. Pode facilitar o entendimento do que é inovação dentro da organização. E ainda, auxiliar a identificar novas possibilidades de inovar no negócio.