Tenho abordado uma nova estratégia de inovação com meus clientes. Ela é baseada na união da Escala TRL com o funil de inovação da empresa.

Toda empresa que trabalha com projetos de inovação provavelmente já se deparou com a Escala TRL. A Technology Readiness Levels é uma metodologia de classificação que é utilizada para determinar a maturidade de um projeto. Assim, com índices que vão de 1 a 9, ela contempla desde o estágio da ideia até a etapa de industrialização da solução. 

Em editais de fomento para projetos inovadoras, ela já é bem disseminada. Normalmente a empresa precisa indicar em que estágio da escala TRL está o projeto que ela está inscrevendo. Mas no dia a dia das empresas, mesmo aquelas inovadoras, a escala nem sempre é aplicada.

Portanto, a união da Escala TRL com o funil, além de ajudar a empresa a avaliar com mais segurança seus projetos, é uma estratégia de inovação que prepara ela para analisar possíveis editais.

Por que avaliar a maturidade do projeto?

Antes de tudo, saber avaliar a maturidade de um projeto é o que permite que a empresa tome decisões certeiras sobre seus investimentos. Um projeto de inovação precisa passar pela fase de validação e desenvolvimento. E a escala TRL consegue ajudar a empresa a identificar essas etapas de maneira eficaz. 

Por exemplo, pense que uma empresa vai fazer uma parceria com uma startup ou universidade. O parceiro diz o estágio da solução dele. Se a empresa não tem parâmetros para avaliar a informação que recebe, pode errar no entendimento do projeto. E no fim, aquela solução que a empresa acha que ficaria pronta em dois meses, pode levar muito mais tempo.

Além disso, quanto mais inicial o projeto, mais arriscado. Entende a importância de ter clareza na maturidade dele?

Onde entra o funil de inovação nessa estratégia? 

O funil de inovação proposto pela ISO 56002 prevê as seguintes etapas:

  • Identificação de Oportunidades
  • Criação do conceito
  • Validação do conceito
  • Desenvolvimento
  • Implantar a solução

Assim, se olharmos para a definição de cada uma, vamos perceber que cada uma delas está mais alinhada a um estágio diferente na Escala TRL.

Portanto, na fase de identificação de oportunidades, estamos falando de projetos com grau de maturidade menor. Ou seja, os primeiros níveis da escala. Já na fase de implementar a solução, são projetos mais maduros. Assim, nas fases finais da TRL. 

Escala TRL e o funil de inovação

Tenho trabalhado muito nessa estratégia de inovação. Acredito que são ferramentas que se complementam muito bem. Para os sistemas de gestão da inovação que tenho orientado, organizo o funil previsto pela ISO 56002 com a TRL. Assim, a empresa consegue atender as diretrizes da ISO e ao mesmo tempo alinhar a linguagem com a equipe, startups e pesquisadores, sobre em que fase está o projeto. 

Além disso, é uma forma de ajudar o time de inovação. Colabora na identificação de oportunidades em editais de fomento. E orientar a liderança da empresa ao grau de esforço que será necessário para determinado projeto. 

Estratégia de inovação e comunicação assertiva

Uma das maiores vantagens na aplicação dessa estratégia de inovação é que a empresa não fica à mercê de informações dadas por terceiros. Ou seja, se o parceiro fala que está no estágio X, os parâmetros da escala irão dizer se isso é real ou não. É uma forma de comprovar.

O maior erro que uma empresa pode cometer em seus projetos de inovação é não avaliar a maturidade deles. Seja pela escala TLR ou por qualquer outra metodologia. Afinal, se você não sabe onde o projeto está, como vai saber conduzi-lo? 

Empresas, startups e universidades podem ter tempos diferentes quando o assunto é desenvolvimento e inovação. E isso não é um problema. Desde que todos estejam falando a mesma língua!