Recente pesquisa da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) indica que houve aumento de inovação na indústria durante a pandemia. Inovar está sempre atrelado a resultados. Seja na otimização de tempo. Na redução de custos. Ou ainda, na melhoria de processos e aumento de lucratividade.

Assim, durante uma crise, a inovação pode ser a estratégia de sobrevivência das empresas e indústrias.  Na pandemia não foi diferente. Apesar de todo cenário desfavorável para a maioria dos setores, empresas e indústrias apostaram em inovação. E, aparentemente, deu certo. Como mostram os resultados dessa pesquisa.

De 500 grandes e médias empresas industriais entrevistadas pela CNI:

  • 08 a cada 10 inovaram entre 2020 e 2021;
  • 88% promoveram alguma inovação durante a pandemia;
  • 80% registraram ganhos de produtividade, competitividade e lucratividade.

Sobretudo, a inovação pode ajudar as empresas a se adaptarem em momentos de crise. Seja através de soluções que resolvem questões internas. Ou por meio de soluções que possam ser colocadas no mercado. Por conta de diferentes tipos de resultado que ela pode gerar, como redução de custos. Ou aumento de receita e margem. 

No entanto, quando a inovação só é vista em épocas de crise, seu planejamento acaba comprometido. 

Inovar em momentos de crise

Um dado interessante que a pesquisa da CNI aponta é que a inovação na indústria foi realizada sem estruturação. Dos entrevistados:

  • 51% não tem um setor específico de inovação;
  • 63% não tem orçamento reservado para ações de inovação;
  • 65% não tem profissionais dedicados exclusivamente para isso. 

Ou seja, as indústrias investem em inovação, mas sem, necessariamente, ter uma estrutura para rodar esses processos. Nesse cenário específico, é importante ressaltar que temos a pandemia como fundo. Em um momento em que todos estavam sem saber o que aconteceria, a inovação na indústria foi acelerada. E por isso, muitas indústrias fizeram como era possível. 

No entanto, o que eu percebo que acontece, que faz as empresas não sistematizarem seus processos de inovação, é que elas adotam estratégias internas, para ações externas. A empresa sabe que precisa inovar e tem rotinas de inovação fechada. Então, quando ela vai trabalhar com inovação aberta, ela adota a mesma forma de trabalhar. 

Veja bem, internamente, todos seguem as regras da empresa. Mas na inovação aberta você tem um parceiro externo. É preciso uma estratégia que alinhe as expectativas. As formas de trabalhar. E mais, que amplie as possibilidades para a empresa. Assim ela tem mais chances de encontrar boas soluções inovadoras. Para isso, é preciso sistematizar. 

Por que sistematizar a inovação?

Antes de tudo, acredito que o empresário quer inovar. Mas ele muitas vezes não sabe como sistematizar isso. Assim, opta por conduzir o processo da mesma forma como conduz outros da empresa. E nem sempre dá certo. 

Afinal, aplicar indicadores e métodos de gestão tradicionais a projetos de inovação, não dão a leitura real daquele projeto. E se não é gerenciado de forma adequada, não é possível identificar os resultados. 

Além disso, quem atua com inovação não sistematizada diminui suas possibilidades de olhar para soluções “impensáveis”. E aí, corre-se o risco de diminuir a competitividade. 

Contudo, um desafio das empresas é então gerenciar seu portfólio. Além de fazer a manutenção do seu sistema de gestão da inovação. 

Para pensar, antes de inovar!

Primeiramente, para as empresas que querem começar, eu recomendo estruturar primeiro. É preciso voltar e analisar alguns pontos:

  • O que é inovação para sua empresa?
  • Qual é a visão de inovação da empresa? 
  • Quais são os problemas que serão tratados com essa estratégia?
  • Que estrutura e processos de ação a empresa precisa para inovar?

Depois disso, é fundamental começar o funil de inovação. E então, ir sistematizando todos os processos. Isso vai ajudar a definir, olhar e mensurar os resultados dessa estratégia. Afinal, todo mundo sabe que a empresa precisa de gestão em todos os seus setores. Portanto, com inovação não é diferente.