A interação universidade e empresa é uma ótima maneira de colocar a inovação em prática. Tanto na empresa quanto na pesquisa.
Mas, é preciso cuidar da propriedade intelectual e da transferência de tecnologia. É que nessa parceria podem surgir processos e/ou produtos que devem ser protegidos e podem ser comercializados.
Dessa forma, vamos falar sobre a parceria e a importância desses cuidados.
Como funciona a interação universidade e empresa?
A Lei de Inovação é o marco regulatório que permite uma série de incentivos para Instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICTs) promoverem iniciativas de inovação em parceria com empresas.
Dessa maneira, alguns formatos de interação universidade e empresa são:
- Cooperação tecnológica
- Prestação de serviço
- Licenciamento de patente
1 – Cooperação tecnológica para pesquisa
Nesse caso, empresa e universidade desenvolvem projetos em conjunto. A empresa faz uma parte e a universidade, outra. Assim, quando a solução é uma propriedade intelectual, a patente será compartilhada.
2 – Prestação de serviço na interação universidade e empresa
Nessa interação, a empresa contrata a universidade para um desenvolvimento específico. Assim, ela pagará pela solução que deseja.
Dessa forma, eu sempre recomendo que a patente seja em maior parte da empresa. Já que ela está pagando todo o desenvolvimento da solução.
Porém, mesmo que a universidade pague só uma parte, a patente também será compartilhada.
3 – Licenciamento de patente
O licenciamento é quando a universidade já tem a patente da solução e a empresa quer comercializar. Dessa maneira, a patente é o objeto da relação.
O surgimento da propriedade intelectual nessa relação
Agora que compreendemos melhor sobre a interação universidade e empresa, podemos prosseguir.
Durante essa relação, podem surgir propriedades intelectuais. Ou seja: produtos e/ou processos que precisam ser protegidos.
É ela que vai garantir a proteção daquele conhecimento gerado. Assim, essa proteção é importante para a universidade. Porque garante faturamento do produto, caso ele seja comercializado.
Aliás, para o pesquisador também é importante. Isso porque conta pontos em sua qualificação profissional.
Para a empresa, isso garante a proteção do conhecimento contra concorrentes. Ou seja, permite que a empresa, por determinado período, utilize sozinha aquela solução.
Além disso, é igualmente importante para o país. Isso porque as patentes são indicadores importantes na medida da inovação.
Então, todos perdem ao não proteger o conhecimento. Deixar isso de lado é um tiro no pé.
Quando me preocupar com a propriedade intelectual na interação universidade e empresa?
É necessário pensar na propriedade intelectual no momento da formalização da interação universidade e empresa.
Ou seja, é necessário falar de propriedade intelectual. E colocar no papel. Seja definindo os percentuais, seja definindo sua exploração.
Assim, quando o projeto for finalizado, acontecem as etapas de proteção e o depósito da patente. O que facilita o licenciamento e a venda para o mercado.
Inclusive, para desenvolver uma solução inovadora, é importante fazer uma busca de anterioridade. Vai que o que você quer desenvolver já existe no mercado?
Imagina investir na pesquisa e não poder atuar com a solução?
Porém, essa preocupação deve surgir das duas partes. Tanto da universidade quanto da empresa.
No caso das universidades, é o núcleo de inovação tecnológica que tem que cuidar disso. Mas a empresa também precisa estar atenta.
Você não pode comercializar o que não é seu!
Contudo, você pode estar se perguntando: ok Tati, falamos sobre a propriedade intelectual. Mas e a transferência de tecnologia? Por que ela é importante?
Você não pode comercializar o que não é seu, certo? Dessa forma, é preciso haver transferência de tecnologia. Ela permitirá trabalhar com a propriedade intelectual gerada.
Imagine que você tem um terreno e alguém vende sem autorização? É a mesma coisa com a propriedade intelectual. Se ela for da instituição, nem o pesquisador e nem a empresa podem comercializar.
Então, é preciso que a empresa tenha autorização para a venda. Caso contrário, é a mesma coisa que vender o terreno sem ser o dono. É crime e pode ser responsabilizado por isso.
Os benefícios de pensar nesses pontos
Para uma empresa, uma solução inovadora é muito importante. Ela aumenta sua capacidade de mercado e fortalece o seu nome.
Dessa forma, é necessário formalizar a relação.
Isso também cria barreiras para a entrada de concorrentes. Além de permitir que comercialização seja realizada sem problemas.
Para a universidade também há benefícios:
- Ganhos econômicos da venda da solução;
- Melhoria do currículo do pesquisador;
- Aumento da capacidade de pesquisa;
- Entre outros.
Se tudo for feito por fora, estamos desmontando o sistema de universidade, concorda?
No fim das contas, entendemos a importância de formalizar a interação universidade e empresa. Ela é uma segurança tanto para a empresa quanto para a universidade.
Imagina investir tempo e recursos e não poder usar os resultado?