Quando falamos sobre pesquisa e desenvolvimento (P&D) na relação universidade e empresa, estamos criando a base para a inovação. Certamente, esse relacionamento pode ser muito vantajoso.

Por isso, eu queria discutir com você sobre a importância do sigilo nessa relação.

É por meio dessas parcerias que surgem projetos de P&D com alto potencial. No entanto, para ter bons resultados para os dois lados, cada um deve saber suas responsabilidades. 

Assim, o sigilo tem um papel importante na interação universidade e empresa. Quando falamos sobre ele, estamos tratando da competitividade da empresa.

Ou seja, informações que se reveladas, podem beneficiar a concorrência. Se o pesquisador divulgar a pesquisa sem ter esse cuidado, a empresa pode pagar caro. 

Segundo a Lei de inovação, é obrigatório um plano de trabalho na interação. Dessa forma, o sigilo vale sobre toda a pesquisa e desenvolvimento.

Portanto, em todas as etapas as técnicas e resultados estão protegidos. E  isso não é bom apenas para a empresa. Porque esse cuidado protege também a universidade, o pesquisador e seu conhecimento

O sigilo na pesquisa acadêmica é igual ao da pesquisa para empresa? 

Não! O sigilo é diferente quando falamos da empresa e da academia. O sigilo está vinculado ao interesse na patente na universidade. Assim, o pesquisador protege seu trabalho quando quer garantir o processo de proteção intelectual.

Entretanto, toda pesquisa e desenvolvimento na empresa deve ser resguardada. Afinal, cada projeto da empresa é estratégico. 

Além disso, quando um projeto não gera patente, ele gera conhecimento. Portanto, a empresa deve mantê-lo em sigilo. Caso contrário, poderá ser utilizado pela concorrência. Então, manter a pesquisa em sigilo é uma vantagem competitiva. 

Interação universidade e empresa deve ficar 100% em segredo! 

O pesquisador não pode divulgar nada. Principalmente, e o projeto está sob sigilo.  Apenas se a empresa autorizar.

E ao meu ver, não tem motivos para que a empresa opte pela divulgação. Certamente não antes de proteger a pesquisa e que ela de fato, se torne um produto. 

É comum os especialistas da academia trocarem ideias durante a pesquisa e desenvolvimento dos projetos. Essa interação tem muito valor para aumentar os resultados.

Essa interação no caso da empresa também pode ajudar. Contudo deve ser feita com os seguintes cuidados: 

  • Prever no plano de trabalho pesquisadores que estarão envolvidos durante projeto. 
  • Nos casos em que não está previsto no projeto, a empresa precisa obrigatoriamente ser consultada. Além disso, a empresa precisa autorizar e deve ajustar o plano de trabalho.

Quando tratamos de um produto ou serviço, quem valida é o mercado. Então, a consulta mais importante será com os possíveis clientes.

Do ponto de vista da empresa, divulgar etapas da pesquisa, antes da validação, é matar o projeto. Desta forma, o pesquisador precisa respeitar essa diferença. Inclusive, entender esse quesito antes de começar a parceria.  

Mas, e se a pesquisa e desenvolvimento vazar?

Cada caso será um caso e deve ser analisado como tal. Vamos pensar…

Se a informação já pode ter circulado entre os concorrentes. Será que vale a pena seguir com a pesquisa? Vale a pena pausar ela? Tudo tem que ser avaliado.

Agora, se a ideia é continuar. Tem que correr para lançar logo a solução. E proteger para ontem. 

Todo projeto de pesquisa e desenvolvimento tem que ser formalizado

A empresa está em risco quando interage com a universidade sem formalizar. Para preservar a parceria, tem que formalizar. As cláusulas de sigilo fazem parte do acordo de cooperação. Assim como o plano de trabalho, com as responsabilidades de cada um. 

E não só a empresa deve se preocupar com isso. O pesquisador também precisa estar atento aos documentos envolvidos. Afinal, é seu conhecimento que será aplicado. Por isso, universidade e empresa, devem se alinhar quanto aos termos da parceria.

Existe muito potencial na relação universidade e empresa. Ao contrário do que alguns dizem. E mais, é possível fazer da maneira correta!

Todos saem ganhando com tudo formalizado. O pesquisador avança em conhecimento. E a empresa no seu mercado!