Ouça o áudio do artigo

A primeira dica desse artigo para quem tem empresa e quer se relacionar com a universidade é: comece pela Agência de Inovação ou Núcleo de Inovação Tecnológica. Já acompanhei muitas empresas que possuem o interesse de inovar em parceria com a universidade, mas não sabem como e nem por onde começar.

Não sabem ao certo se procuram o professor, se entram no sistema Lattes e fazem pesquisa… enfim. Tudo complica se a empresa desconhece a Lei de Inovação e daí vai achar mesmo que é tudo muito burocrático, melhor deixar para lá.

Na minha opinião, se você deixar para lá vai perder uma oportunidade enorme de inovar e não queremos isso, não é mesmo?

Passo 1 – saiba o que você precisa

A universidade é um espaço para conhecimento. Então, não fará muito sentido você procurar a universidade para resolver problemas pontuais. Por mais que haja competência ali para fazer isso, você não vai aproveitar.

Agora, se estamos pensando em inovação de fato, se queremos algo que mude e amplie a capacidade da nossa empresa, podemos contar com as universidades.

E, aqui, é importante que você tenha ao menos o pré-projeto do que pretende desenvolver. Considere o tempo que tem disponível, o que pretende que seja desenvolvido e quanto está disposto a investir.

Não é de graça? Não!! Inovar requer investimento, combinado?

Passo 2 – procure o NIT

A maior parte das universidade já está de acordo com a Lei de Inovação. Por isso, elas possuem uma Agência de Inovação ou o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT). É por lá que devemos começar.

A equipe do NIT possui experiência nos tipos de contrato e sabe como atuar com uma empresa. Além disso, é uma equipe que vai te ajudar no processo de interação universidade-empresa.

Começar pelo NIT é sempre um ótimo caminho. Algumas instituições possuem núcleos super estruturados, outras nem tanto, mas te garanto que será melhor do que procurar professor por professor no google.

Passo 3 – formalize as parcerias

Quando estiver tudo combinado com o pesquisador, o que vai ser feito e quando, eu super recomendo formalizar as parcerias.

A formalização garante a transparência dos processos e segue regras de compliance. As coisas por fora podem não dar certo e aí já viu!

Geralmente, os processos não são rápidos. Mas, tenha paciência. As universidades também estão aprendendo a lidar com empresas.

Por aqui, sempre recomendo a formalização e isso tem dado um respaldo muito bacana para a empresa. Principalmente, no que se refere à propriedade intelectual.

banco de patentes

Afinal, imagina se você ajuda na pesquisa e nem fica com uma parte da patente? Não dá! A formalização pode garantir isso.

**

A partir daqui é acompanhar o projeto e depois transferir a tecnologia. Já deixei a dica também se não souber qual universidade procurar, comece pela prospecção em bancos de artigos científicos. Assim, você terá clareza do que grupos de pesquisa vão te ajudar.

A interação universidade empresa é umas das formas para a inovação aberta. Não podemos abrir mão desse recurso.