A inovação aberta já é realidade em muitas empresas de diferentes setores. Entender essa dinâmica ajuda na busca por soluções inovadoras. Além disso, potencializa o perfil da empresa para inovar mais e com certa rotina.

Porém, ainda é um assunto em descobrimento, vamos dizer assim. Tem gente que sabe o que é, tem especialista no assunto e tem gente que finge o costume com o tema.

Eu sou daquelas que não tenho vergonha nenhuma em perguntar sobre um assunto que desconheço. Mas, sei que nem todo mundo é assim. Por isso, fiz esse texto. Um pingue-pongue bem simples para te ajudar com os principais pontos sobre o tema.

1. O que é inovação aberta?

Inovação aberta é a capacidade das empresas atuarem de maneira compartilhada com startups, institutos de pesquisa, fornecedores, clientes e colaboradores para a promoção da inovação.

Ela está mudando a forma das empresas inovarem. Henry Chesbrough foi o precursor desse conceito nos Estados Unidos e explicou que inovação aberta é:

é o paradigma que supõe que as empresas podem e devem usar ideias externas da mesma forma que usam ideias internas e caminhos internos e externos para o mercado 

Ou seja, ideias inovadoras não estão apenas nos laboratórios internos das empresas. Elas podem estar em diferentes parceiros e, desta maneira, devemos potenciar os canais de captar ideias.

2 – Inovação aberta é igual a parceria?

A resposta é não! Inovação aberta não se resume a parcerias. Para ela acontecer é preciso fazer parcerias, mas sua dinâmica prevê também uma sistematização da inovação. A isso damos o nome de gestão da inovação.

Desta forma, precisamos de diferentes elementos para além das parcerias. Primeiro, vamos captar as ideias. Depois, criar processos internos para que a ideia chegue a ser uma solução inovadora.

Não se esqueça do compliance! Muito importante para esses processos internos.

Vlinder
https://vlinderconsultoria.com/gestao-da-inovacao-londrina/

Ainda podemos trabalhar com elementos de captação de recursos para essas soluções. Ou seja, há uma série de elementos que precisam ser considerados. E eles vão além da parceria.

3 – Esse tipo de inovação é só com startups?

A inovação aberta não acontece só com startups. As startups podem e trazem soluções inovadoras para as empresas. Mas, criar programas só com startups é um erro fatal.

Isso porque a inovação aberta prevê o olhar para dentro e para fora. Quando falamos do para dentro, falamos dos nossos colaboradores.

Já quando olhamos para fora, precisamos entender que o mundo também é grande demais para a gente se concentrar só nas startups. Assim, devemos olhar para consumidores, fornecedores, universidades, estudos em banco de patentes e clientes.

Quando falo em concorrentes quero dizer o seguinte: há muita empresa licenciando tecnologia para concorrente e, com isso, expandindo mercado.

Resumindo: é um processo que está para além das startups. Há algumas características da inovação aberta que são muito interessantes. Uma delas é o engajamento de pessoas.

Então, o importante é abrir os canais para que ideias possam chegar com o objetivo de solucionar problemas internos.

4 – Se eu abrir meu problema, meu concorrente vai copiar?

Empresas possuem diferentes problemas. Na inovação aberta, eles podem ser resolvidos com soluções externas. Ou seja, a inovação aberta também ajuda na inserção de soluções inovadoras no processo interno da empresa.

Não só para que a minha empresa crie uma solução inovadora para inserir no mercado. Como também, para que diferentes soluções possam trazer a inovação para o meu processo interno.

Então, estamos falando de uma relação aberta. Para isso, precisamos de mostrar às outras pessoas ou empresas nossos problemas. Acima de tudo, o objetivo passa a ser o de solucionar os desafios internos.

Você pode abrir o seu problema de uma maneira muito eficiente, sem necessariamente dizer a seu concorrente qual a sua principal fragilidade.

Eu gosto muito desse exemplo, que vi há pouco tempo. Ele é da Icon HUB e mostra de uma maneira clara e simples os desafios de uma empresa.

Nesta imagem fica claro os desafios a serem vencidos. E de uma maneira bem simples para que startups, pesquisadores e clientes possam dar sugestões de melhoria. Aliás, eu adorei esse formato.

E, de verdade, não fica exposto nenhuma fragilidade interna, que possa contribuir para uma ação de concorrência.

5 – Minha empresa não tem problema, posso fazer inovação aberta?

Se sua empresa não tem problema, você pode sim atuar com inovação aberta. Mas, tem certeza que sua empresa não tem problema? Será que não há mesmo nada interno que podemos melhorar?

Os times internos podem ajudar muito nessa dinâmica de identificar problemas.

Claro que a inovação aberta também é buscar soluções inovadoras para que sua empresa coloque novos produtos ou serviços no mercado.

Assim, se por ora você não viu nenhum desafio interno, você pode trabalhar com desafios do seu mercado. E estar aberto às ideias, sistematizar o desenvolvimento delas para que se tornem as soluções inovadoras.

Nesta imagem abaixo dou algumas dicas de como podem ser esse caminho interno.

6 – Muitas empresas já usam esse modelo? Dá certo?

A inovação aberta é realidade em diferentes segmentos e perfis de empresa. Eu acompanho semanalmente o lançamento de editais e posso te garantir que há pelo menos três editais novos a cada semana de empresas lançando seus desafios para que possam ajudar a solucionar.

Atualmente, as grandes empresas estão à frente dessa corrida pela inovação aberta. Mas, semana passada eu vi até um clube de futebol abrir uma chamada. Ou seja, não tem porque você ficar esperando que algo dê certo para que você faça.

Já deu certo nos Estados Unidos e Europa nos anos 2000 e está dando certo no Brasil em 2020. Tenho certeza que se você organizar sua dinâmica interna, você vai ver que coisas boas virão.

E se precisar de ajuda, conte comigo! Ah, e se você tiver mais uma pergunta aí na sua cabeça, me mande que terei o prazer em esclarecer.