Inovação de graça não existe. Essa é uma certeza que você pode ter se quer que sua empresa inove. A ideia de que é possível fazer parcerias para inovar sem custo. Ou ainda, que você pode lançar um programa na empresa que vai ser alocado dentro de um setor, sem investimento em inovação, está bem equivocada. No entanto, infelizmente, é muito comum. 

Como a inovação envolve riscos, as empresas têm receio de investir e perder. Dessa forma, acabam tocando projetos sem estrutura. Como consequência, não geram bons resultados. E realmente, há o risco de se perder o investimento. Mas, se quer inovar, tem que aceitar esse cenário. E é exatamente por isso que nem toda empresa consegue ser inovadora. 

De onde vem a ideia da inovação de graça? 

Acredito que a ideia de que é possível inovar sem investir vem de duas frentes. A primeira é a possibilidade de parceria com startups. E a segunda a de desenvolvimento com instituições públicas. 

Com as startups existe a ideia errada de que elas irão desenvolver a solução de graça. Em troca de feedbacks e colaboração da empresa. Ou ainda, que elas sempre vão deixar que a empresa teste suas soluções de graça. Até que ela decida se quer ou não comprar. 

Acontecem períodos de teste sem custo? Sim. Algumas startups adotam essa prática. No entanto, a empresa não pode ficar pulando de teste em teste. Ela precisa em algum momento comprar ou parar. 

Além do mais, acredito que uma relação ética entre startup e empresa envolve ajuda mútua. A empresa pode sim colaborar muito dando feedback. E participando de um desenvolvimento em conjunto. Mas querer fazer isso sem dividir custos, eu penso que não é justo. 

A outra frente é a ideia de que instituições públicas trabalham de graça. Isso não existe, quando se trata de inovação. Ao trabalhar com Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs), a empresa pode ter acesso a subsídios. Pode fazer uma parceria na qual ela vai fornecer matéria prima e insumos, por exemplo. Enfim, ter mais opções que podem facilitar a parceria, mas nunca será de graça. 

Então, quanto custa para inovar? 

Antes de tudo, quando falamos em investimento para inovação, estamos falando de econômico e financeiro. O econômico é tempo, equipe, estrutura. O financeiro é o dinheiro que a empresa vai colocar no seu Sistema de Gestão da Inovação. 

Sempre me perguntam: na sua experiência, quanto é necessário? E eu sempre respondo que depende muito do tamanho do sistema que você quer montar. Então, gosto de orientar para valores definidos. Defina um budget, que a gente define o que é possível. Claro que nada é lacrado, então, podemos ajustar ao longo do caminho. 

Onde vai o investimento em inovação? 

A ISO 56002 traz que para inovar é importante prover recursos. E como diretrizes para se pensar nesses recursos ela aponta:

  • Pessoas
  • Tempo
  • Conhecimento
  • Finanças
  • Infraestrutura
  • Competências
  • Conscientização
  • Comunicação

Uma empresa que quer inovar, precisa entender que o investimento vai depender do que ela deseja. O que ela quer fazer? Com quem ela quer ter parceria? Como ela vai conduzir esse processo? Como eu disse, é o tamanho do Sistema de Gestão da Inovação que vai ditar o investimento. 

Um erro comum ao se pensar nisso é achar que só o espaço físico resolve. Outro erro é pensar que uma única pessoa vai conseguir conduzir o sistema todo. É preciso entender que o investimento tem que ser do conjunto. No máximo, uma pessoa vai gerenciar, mas a operação depende de diferentes áreas na empresa. 

Então, para inovar, é necessário o investimento em inovação. Não há outra forma. Posso dizer com certeza que não precisamos de todo o dinheiro do mundo para rodar um sistema de gestão da inovação. Porém, de graça, ele não sai.