Quero apresentar uma dinâmica para empresas que desejam inovar. É um método que desenvolvi de storytelling para identificar as partes interessadas da empresa para o sistema de gestão da inovação.  

Por partes interessadas podemos considerar os acionistas, colaboradores, clientes, fornecedores, associações externas etc. Ou seja, todos os atores ligados àquela organização.

A premissa de “partes interessadas” é importante na gestão da inovação. Afinal, a empresa precisa definir para quem vai inovar. Com isso, os projetos não ficam dependendo das vontades do dono da empresa. 

É claro que ele tem uma grande interferência nesse processo. Mas a cabeça dele não pode ser o guia desse processo. 

Ao definir as partes interessadas, você vai identificar que cada um desses atores tem um interesse diferente. E a partir disso, escolher para quem vai inovar, de acordo com sua estratégia. 

Por exemplo, os clientes e fornecedores têm interesses diferentes na relação com a empresa. Quem são eles? Como a empresa pode atender? Quais são as necessidades e desejos? Essas são informações que o mapeamento pode mostrar. Assim, ele se torna um instrumento para tomada de decisões. 

Quando realizar a dinâmica? 

Recomendo que seja realizada durante a construção dos aspectos da Gestão da Inovação da empresa. Então, logo no início. 

Também oriento à empresa a revisar, ao menos, uma vez ao ano os resultados. Mas como a sociedade é muito dinâmica, a empresa poderá refazer o processo sempre que achar necessário. 

Como funciona o storytelling?

Primeiro, realize a dinâmica de storytelling com a liderança da empresa. Mas é interessante que também participem alguns colaboradores. Dessa forma, teremos olhares diferentes para considerar. 

Em segundo, vamos definir pessoas para cada uma das partes interessadas. O conceito é parecido com o das personas, usado pelas empresas para identificar clientes. Mas chamo de pessoas porque nessa dinâmica não vamos identificar características físicas ou comportamentos. O foco é entender necessidades e desejos de cada uma das partes. 

Depois que você tiver listado todas as partes interessadas da empresa, dê um nome para cada uma delas. Nesse momento, você pode dividir os profissionais em grupos e cada um fica com uma parte interessada. Ou, pode fazer com o grupo todo. Depende do número de pessoas que está participando do processo.

Em seguida, o grupo vai criar uma história para aquela pessoa. O objetivo é identificar os desejos e necessidades dela. Nesse momento, como consultora, entro com as perguntas norteadoras para a história. E os grupos vão construindo a narrativa.

Ao final dessa dinâmica de storytelling, teremos não só boas histórias, mas também um mapa bem completo de desejos e oportunidades. Depois disso, você precisa olhar para essas informações e definir suas estratégias.

Inovar com foco nos desejos e necessidades

Parece uma dinâmica simples e realmente é. A questão aqui não é a dificuldade em reconhecer as partes interessadas. Todo empresário tem isso na ponta da língua. 

A questão é que muitas vezes as soluções desenvolvidas pela empresa não se baseiam nos desejos e necessidades dessas partes. E esse sim é um elemento fundamental para a inovação. 

Ou seja, ter o foco não só no cliente, mas também nos colaboradores, fornecedores e, claro, nos acionistas. Um Sistema de Gestão da Inovação tem impacto na empresa como um todo. Não só nos produtos finais. 

A premissa da inovação deve ser estratégica e, desta forma, ter em mente que o foco não está em você, mas no outro.